Entre as inúmeras mudanças que o mundo está passando, uma delas é em relação ao conceito de networking. Sim, aquela palavra que nós cansamos de ouvir como sendo fundamental para o sucesso das nossas vidas.
Num passado não tão remoto, fazer networking significava ir aos eventos, procurar contactar o maior número de pessoas. Você voltava para casa com um bolo de cartões de visita e não conseguia lembrar dos rostos das pessoas… e o pior, se ligasse para uma delas, provavelmente elas também não se lembrariam de você e talvez nem atendessem sua chamada.
E se você alguma vez estudou sobre networking provavelmente ouviu dicas sobre como se aproximar das pessoas, um manual de sobrevivência em eventos, numa palestra ouvi o especialista ensinar a ficar ao lado da mesa do café, principalmente se você tinha ido ao evento sozinha, ele garantia que era o melhor jeito de iniciar uma conversa… algo do tipo: você provou o bolo de cenoura? Está uma delícia! na sequência você perguntaria se era a primeira vez que participava de um evento como esse, qual era a empresa, o que a pessoa fazia e por aí vai.
Já contei que sou tímida, então, imagine qual a probabilidade de isto dar certo com alguém que busca o lugar mais escondido, se senta e pega o celular para fingir que está falando com alguém só para não parecer solitária.
De qualquer modo, `as vezes voltava para casa com a coleção de cartões como se fosse um troféu.
Adivinha se criei vínculos com esses nomes impressos no cartão?
Do networking passamos para o netwaving, uma forma diferente de estabelecer conexões. Enquanto o networking era individualista e interesseiro o netwaving é coletivo e amistoso. É para quem gosta de gente, de fazer amigos, é aquela pessoa que pergunta como você está e está disposta a ouvir a verdade ao invés de um “tudo bem”, é do tipo que sabe se você é vegano ou tem alguma intolerância alimentar antes de preparar o cardápio para te receber para um almoço.
Ao invés de ser uma relação de vencedoras e perdedoras, no netwaving todas ganham, é uma construção de amizade, de companheirismo e troca de conhecimento.
Desta vez, você vai escolher com quem estabelecer um contato de verdade, daquele tipo que te faz saber se a pessoa é casada, se mora sozinha, se tem algum animal de estimação, se gosta de ler… aliás, vocês se transformam em amigas mesmo! Se fosse antigamente, iriam ao cinema ou almoçariam juntas, em época de pandemia, você pode enviar um bolo por delivery com uma mensagem simpática, do tipo “se precisar de algo, estou por aqui”.
E se você está perguntando qual a vantagem do netwaving, vou dizer que atrás de todo CNPJ existe um CPF, uma pessoa de carne e osso, que pode ser amiga da sua amiga quando você precisar de uma indicação. Não foi de propósito, mas gerou importantes conexões e resultados.
Passamos do B2B e B2C para o H2H, Human to Human! Ainda bem!
Agora surgiu o “novo Networking “, um networking praticado com sororidade por mulheres líderes visionárias que buscam aliar o bem-estar com o empoderamento da mulher.
É um movimento multinacional para promover uma rede feminina de irmãs além das fronteiras.
A palavra sororidade vem do latim soror que quer dizer irmã, então sororidade quer dizer irmandade e apesar de não constar no dicionário brasileiro, é muito usada por movimentos feministas e enfatiza a empatia e união, sem julgamentos ou rivalidades.
A sororidade implica em compartilhar conhecimento, apoiar outras mulheres sem competição.
Participo de vários movimentos que se unem para encontrar soluções para incentivar e fortalecer o empreendedorismo feminino e a realização de negócios.
Somos mulheres e independente do país ou idioma temos a mesma linguagem do olhar, vivemos as mesmas dores, conversamos através de gestos e sorrisos. Nossas lutas e desafios são parecidas em todas as partes do mundo.
Sem dúvida, mulheres líderes impulsionam a economia e transformam o mundo num lugar mais ético, justo e igualitário.
O Brasil é um país com 100,5 milhões de mulheres e segundo o Global Entrepreneurship Monitor, temos 24 milhões de empreendedoras.
As mulheres representam 39% do empresariado e segundo a pesquisa de equidade de gênero Women in Business 2021 realizada pela Grant Thorton, saltamos da 8° para a 3° posição no ranking global de mulheres em cargos de liderança no middle market.
Esses dados apontam que as mulheres estão alcançando mais espaços e o grande desafio é preservar e elevar os números. Para isto, as líderes inovadoras devem ser sororas, preparar outras mulheres para se tornarem líderes.
Cooperar ao invés de competir, olhar com bondade.
Quando outra mulher errar, ao invés de julgar ou menosprezar, olhe com afeto e ensine como fazer certo.
Tudo começa com pequenas ações que reverberam e se tornam ondas gigantes.
Se você quer viver o novo Networking com sororidade, ingresse numa organização, isso traz acolhimento e pertencimento, possibilita conhecer pessoas e ganhar novas amigas.
Você não ficará mais sozinha, uma rede de mulheres irá te apoiar e fortalecer.
“Não existe limite para o que nós, como mulheres, podemos realizar.” Michelle Obama
Lilian Schiavo
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