Você já viajou sem levar nada? Como reagiu?
Aparentemente improvável, mas acabou de acontecer neste final de semana…
Convidei algumas amigas para irem comigo num evento no litoral norte de São Paulo, iríamos representar nossa organização e viajaríamos no sábado de manhã cedinho com retorno previsto para o domingo à noite.
No horário previsto a van estacionou e com uma precisão britânica as amigas chegaram, exceto uma que ligou para explicar que atrasaria alguns minutos.
Colocamos nossas malinhas no bagageiro e aguardamos ansiosas como crianças quando vão para uma excursão da escola.
Finalmente, um táxi parou e nossa retardatária sai do carro pedindo desculpas pelo atraso… nesse momento percebi que ela estava só com uma bolsa pequena e perguntei onde estava a mala.
Minha amiga está mudando de casa e quando recebeu meu telefonema colocou no viva voz e foi respondendo enquanto arrumava o novo espaço, ou seja, sem prestar muita atenção no que eu dizia, aceitou o convite e veio.
Na hora imaginei que ela iria declinar da viagem e voltaria para casa, mas para meu espanto a minha amiga entrou na van e partimos.
O nome dela é Preta Nascimento e ela é um exemplo de mulher empreendedora de sucesso.
E foi assim, sem drama que ela embarcou para uma viagem de final de semana sem mala, com a roupa do corpo e muito bom humor.
No caminho lembrou das vezes em que a mala foi extraviada em algum aeroporto e ela ficou na mesma situação, contou que isso nunca estragou a viagem ou foi impeditivo para o trabalho.
Ao chegar no hotel perguntou onde ficava o comércio local e comprou o que precisava: pijama, lingerie, uma blusa nova, escova de dentes , etc… tudo isso pasmem, em questão de minutos pois tínhamos que ir ao evento.
A Preta iniciou a carreira de modelo aos 14 anos de idade, desfilava alta costura e morou em vários países, conheceu muita gente e quando voltou para o Brasil introduziu o conceito de representação e lançamento de novas marcas de luxo, com foco no público de classe A. Atualmente ela é CEO da Preta Nascimento Showroom.
Já fiz um evento com ela e me surpreendi com a velocidade na tomada de decisões, ela faz tudo parecer mais fácil e mais simples, ao contrário de algumas pessoas que transformam uma gota de água num oceano de problemas.
Para ser empreendedora temos que ter esse espírito desbravador capaz de lidar com situações adversas sem se deixar esmorecer, buscar soluções e agir rapidamente.
Viajar sem mala é como abrir um negócio novo, é iniciar do zero, é construir tijolo por tijolo. É se renovar, deixar as roupas que você usava e aprender a se vestir com aquilo que está disponível, no caso da Preta, observei a alegria dela escolhendo roupas numa loja popular… justo ela, um ícone do mercado de luxo.
Outra característica que a faz ser uma empreendedora é a curiosidade, o olhar para a novidade. Ao chegarmos no evento ela sumiu e quando a encontramos estava vendo produtos feitos com material sustentável, tudo lindo e muito inovador. Confesso que todas nós passamos por lá e não reparamos nesses itens, pensei em como ela é treinada para perceber produtos com design criativo.
Essa viagem me ensinou várias coisas, mas principalmente me colocou no meio de mulheres corajosas, reencontrei amigas que não via há muito tempo, pude celebrar as novas conquistas e vitórias da Andree de Rider Vieira no Projeto Tecendo as Águas, conheci o inventor de uma cadeira que possibilita levar o deficiente físico para o mar, ouvi histórias de uma vida incrível contada por Andree Rider, a vice-presidente da OBME na gestão de nossa presidente fundadora Adelina Silveira Alcântara Machado, provei sabores que não conhecia, assisti apresentações culturais, admirei o artesanato local, fiz novas amizades e dancei maracatu!
Ultimamente tenho feito coisas que nunca fiz antes, estou mais preocupada em ser feliz do que em me preocupar com o julgamento alheio, é libertador escolher quem queremos ser, é maravilhoso pensar que tudo o que você conseguiu foi fruto das suas escolhas.
Para ser uma empreendedora é preciso ser protagonista da própria vida!
