Márcia Sakumoto: Vitrines irresistíveis do Japão

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As vitrines são um meio de comunicação visual muito importante para demonstrar ao consumidor não apenas os produtos, mas também o potencial da empresa e a afinidade com o consumidor. Quem nunca adquiriu um produto por não resistir aos encantos de uma bela vitrine? Diferentes das que costumamos apreciar, vem comigo conhecer as vitrines irresistíveis do Japão.

A culinária japonesa é famosa, encantadora aos olhos e paladar. Os alimentos, na visão dos japoneses, merecem respeito desde o cultivo até a preparação apresentando sempre à mesa beleza, cortes, organização e cores, nos lembrando que cada refeição é uma celebração.

Genial, como é possível uma vitrine de sorvete intacta né!

Tudo começou nos anos 20. Os shoppings de Tóquio tornavam-se populares, muitos trabalhadores gostavam de sair para jantar e com o crescimento desse hábito os restaurantes e cafeterias desejavam reduzir as esperas e reclamações de serviço vindas dos consumidores.

Assim, tiveram a ideia de expor um prato da comida como amostra para antecipar as escolhas dos clientes e aguçar a vontade dos mesmos. Porém, em pouco tempo, o aspecto da comida no prato era desagradável, atraindo moscas, o que acabava trazendo alguns transtornos.

Então, em 1932 o Sr. Takizo Iwasaki fundou uma empresa de produção de alimentos de vitrine, reproduzindo com cera as réplicas dos pratos dos cardápios.

No início, alugou as réplicas para os restaurantes e cafeteiras com o valor 10 vezes mais que o valor do prato de comida e isso eliminava o desperdício dos 30 pratos de comida jogados no lixo por mês.

A ideia era atrativa, inovadora e lucrativa, pois as vitrines são de dar água na boca. Chegou como uma excelente solução, se tornando popular principalmente em restaurantes e cafeterias com cardápios variados.

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No Japão há muitos estabelecimentos que trabalham com cardápio oriental e ocidental, esses são os maiores investidores desse produto de vitrine de comida fake, facilitando tanto para os japoneses, quanto para os estrangeiros.

As vitrines de comida fake são conhecidas como SAMPARU, pronúncia em japonês da expressão SAMPLE do inglês que significa amostra, e contribuem bastante com os turistas e estrangeiros que passam ou vivem por aqui e não têm o domínio do idioma, já que cardápios escritos totalmente em japonês e sem fotos costumam ser desesperadores.

As reproduções das réplicas dos pratos são em tamanho e proporções reais, assim o consumidor sabe exatamente o que esperar de seu pedido.

A fama se mantém até hoje. Com 60% do mercado, a empresa pioneira Iwasaki Group é líder no negócio de comidas de mentirinha. Com os anos aprimoraram a técnica substituindo a cera por plástico, silicone e pvc, um trabalho artesanal que impressona na riqueza de detalhes e de rendimentos. O negócio curioso que rende 90 milhões de dólares ao pioneiro parece se manter mesmo nas tradições do país.

Os estabelecimentos mais modernos não têm interesse no serviço tão pouco o mercado externo. As réplicas não são nada baratas e o processo artesanal tem dificuldade de ser reproduzido por máquinas. Mesmo reproduzidos nas impressoras 3D o trabalho manual não seria dispensado, teria que manter as pinceladas manuais devido à riqueza de detalhes e misturas de cor para dar mais realidade à arte.

Alguns restaurantes com buffet estão inovando. Ao invés de vitrines fechadas com vidro, são mesas postas na entrada com todo o cardápio disponível no buffet replicado com a comida de mentirinha, como na foto abaixo.

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O interesse dos turistas em desejar comprar para levar como lembrança os pratos de mentirinha despertou no fabricante a ideia de produzir uma nova linha de produtos como chaveiros, imãs de geladeira, canetas, capas para celulares, enfim, uma linha de produtos de alimentos em miniatura para que todos pudessem levar os sushis e sashimis no bolso.

Irresistível né?

Até a próxima semana com mais Japão!

Sayonara

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