Paranapiacaba: um lugarzinho sem wi-fi para se conectar

Rezando pra não mandar mensagem pro grupo errado no Whatsapp? Será que não está na hora de desconectar um pouco para se conectar?

Minha filha está de férias no interior com os avós, tios e primos, então, o momento é ideal para viajar sem neuras. Escolhi Paranapiacaba, na região da Grande São Paulo. Rápido, barato e bem no meio da Mata Atlântica.

Gente, sério, eu nem imaginava o quanto estar na montanha – ou seja, longe da praia – , poderia ser relaxante e reconectante, apesar de eu ter ficado desconectada por mais de 48h porque wi-fi não funciona direito na cidade nem pagando.

Trilhas, cachoeiras, animais e floresta de verdade. Até descobri o que é Pacová com a ajuda do guia Osmar, formado em biologia e morador da cidade. Lembrei de quando era criança e minha vizinha falava: “sai pra lá e não me enche os pacovás”; 34 anos pra saber do que se tratava.

Umas das coisas mais impressionantes é a simplicidade da vila inglesa de pouco mais de cem anos onde vivem menos de mil habitantes de maneira pacata em ruas de terra. Já falei que não tem internet com frequência, então, é comum ver pessoas com as mãos livres sobre as pernas e sentadas nas escadas de casa, crianças e jovens soltando pipas e jogando futebol, idosos cozinhando e colhendo temperos na horta do jardim.

Detalhe: não existe hotel. O lugar mais confortável para ficar é na hospedaria Os Memorialistas, onde há um banheiro coletivo e cinco quartos em um casarão centenário de madeira tombado como patrimônio histórico. Lá, a dona Zélia, proprietária e cozinheira, serve com um sorrisão no rosto enquanto o marido, Pedro, fala sobre ter escolhido ficar bem longe do estresse da vida urbana.

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Durou pouco, mas foi tão bom!  Sabe quando o tempo parece parar e começar a correr como antes corria, uma hora após a outra? Foi isso!

Na volta a São Paulo, foi só o sinal 3G  começar a bombar pra eu voltar a falar com quatro pessoas simultaneamente, escrever esta coluna e deixar aquele lugarzinho lá longe (apesar de tão perto). Que bom que ainda existem espaços assim, em seu lugar e em seu próprio tempo, pra gente lembrar de vez em quando de onde veio e pensar pra onde quer ir.

 

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