Paty Moraes: “Meu marido desistiu do sexo, mas eu não”

Foi uma péssima noite de sono de quarta para quinta. Apesar do repelente (aquele com icaridina que promete vinte vezes mais proteção), os pernilongos insistiam em rodear. Como se já não bastasse a dor de cabeça horrorosa causada pela sinusite que me pegou e deu dois golpes certeiros de jiujitsu, iguais aos que meu marido vive treinando no tatame duas vezes por semana.

 

Viro para a direita e pego o veneninho para essas horas. Não o matador de insetos! Aquele bem mais forte, que desentope as narinas, vai abrindo todos sentidos e alivia até os pensamentos. Aproveito para ler as dezenas de mensagens de amigas e leitoras sobre a última coluna – O homem casado e a falta de sexo no casamento – e começo a comparar aqueles pernilongos insistentes com a pressão por sexo narrada por elas.

 

– Que pernilongo chato do caralho, penso.

 

O tema é incômodo mesmo.

 

Mas não vou ignorar que algumas narram exatamente o contrário, outros contextos, outros pontos de vista. “Não é certo rotular, por questões hormonais apenas ou por pesquisas de maioria, que a mulher isso e o homem aquilo”, escuto.

 

Essa é a boa do dia: não somos iguais, nem todas aceitam a mesma situação.  Buscar uma saída satisfatória pode ser encontrar uma saída que ninguém nunca encontrou e que diz respeito só a você. Ou a lição pode vir de alguém mais experiente, mais velho. Por isso, separei a seguir seis mensagens que vocês me enviaram e são exemplos dessa diversidade que somos e a palavra de hoje é das mulheres.

 

– Já expliquei a importância e o meu marido não gosta muito de sexo oral. Também não gosto de fazer nele, mas não me nego na esperança de ele fazer em mim” – desabafo de uma universitária que casou virgem aos 23 anos.

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– Na boa, se ele não compra camisinhas, não transo. Não tomo pílula porque não sou obrigada a ser uma bomba hormonal se ele não se preocupa com a própria proteção – ponto de vista de uma redatora publicitária, mãe de dois filhos.

– Já li que a mulher guarda uma memória afetiva do sexo. Quando não é bom repetidas vezes para ela, aquilo fica no inconsciente e, mesmo que ela aceite o sexo, não terá o tesão necessário – alerta de uma jornalista de 38 anos, casada e mãe.

– Há alguns meses, depois da gravidez, não tenho mais vontade nenhuma. E ele me entende, não cobra e respeita meu momento – conta uma executiva casada há dois anos e mãe de um bebê de 1 ano e três meses.

– Sei que homens costumam reclamar sobre a falta de sexo no casamento, mas comigo é o contrário. Cansei de me atirar e ouvir sempre ‘não’ como resposta. Ele desistiu do sexo, mas não deixei de transar por causa disso – de uma mulher de 59 anos, mãe e divorciada, sobre seus casos extraconjugais durante um ano.

– Meu segredo do casamento eternamente feliz é a “chupetinha matinal”, assim não tem aquele ânsia por sexo toda hora- dica de uma senhora de 70 anos casada há mais de quatro décadas, mãe e avó.
Ah, para fechar esse assunto e partir para a preparação do tema da próxima coluna, segue a declaração da cantora Ciara, que, após a maternidade e uma separação, casou-se de novo com um homem que aceitou um período de abstinência sexual dela. “Você não deve dar seu corpo para conseguir que alguém goste de você”.

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