Paty Moraes: Temos que dar mais atenção aos nossos pais

Feriado, pra mim, é ótimo para atualizar as horas de sono e encontrar a família que mora no interior. Já falei sobre esses deliciosos encontros aqui, inclusive.

Da última vez, fiquei mais tempo do que de costume conversando com a minha mãe. Ela vai fazer 60 anos em dezembro, é bem ativa e esperta. Trabalhou em banco e, por isso, a minha vida inteira eu ouço coisas do tipo: “sempre fique atenta ao seu extrato para não caírem tarifas indevidas”, “não faça débito em conta porque, se a conta está errada e está sendo cobrado a mais, você nem percebe”, “não dê senha para amigos”, “não fale número de documentos em voz alta na fila do caixa”, etc.

 

Bom, para não parecer exagero dela, todos esses infortúnios já foram vividos por mim em algum momento da vida, de verdade. As tarifas indevidas debitadas aos centavos me renderam um rombo de mais de R$ 1 mil durante alguns anos. Depois de muito cobrar, tudo foi devolvido.

 

Mas o que queria falar é que, apesar de muito atenta, minha mãe é uma nova usuária de redes sociais, ainda inexperiente com essas novas ferramentas e ambientes virtuais. Vivo alertando a minha sobrinha de 12 anos sobre pedófilos na rede e golpistas do zapzap (inclusive, até agora, não deixamos minha filha ter um smartphone, me julguem!). Mas, gente, nunca instruí a minha mãe, que adquiriu uma conta no aplicativo de mensagens há pouco mais de um ano.

 

Dia desses, ela me contou, um homem “bonitão e sem camisa” disse “olá”. “Mas eu não abri a mensagem, deixei lá!”, ela foi se explicando. Botei a mão na cabeça e pensei: “Aiaiai, podia ter sido um golpe”.

 

Expliquei pra ela que poderia não ser um homem (“a foto sempre pode ser fake, mãe, falsa!”), que podia ter sido um desses golpistas testando os retornos dos usuários de uma lista de telefones desconhecidos comprada ou roubada de alguma empresa.

 

Nossa, a gente não faz ideia, mas também temos que, além de nos atualizar sobre os golpes, alertar nossos parentes mais próximos. Minha mãe ainda comentou sobre a quantidade de amigas divorciadas e solteiras que se interessariam por um bate papo desse tipo… na maior inocência.

 

Naquele momento, ela já havia apagado o contato. A ensinei a bloquear usuários e a dar print na tela (como nunca tinha parado para fazer isso antes?!). “Me avise se isso acontecer novamente”, disse. Respirei aliviada e fim de papo.

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