Regina Pitoscia: Como o coronavírus mexe com seu bolso

Rendimento da caderneta pode cair como efeito do coronavírus

O surto do novo coronavírus não afeta apenas a saúde humana, ele pode trazer consequências para a economia e alcançar até mesmo o bolso do brasileiro, que está do outro lado do mundo. 

Mas, como? Embora possam parecer totalmente desconectados, os temas têm em comum uma freada no crescimento econômico da China, a segunda maior economia do planeta. Isso em função da paralisação de suas atividades e o isolamento a que está sendo submetida por causa do surto. Por tabela, o impacto tende a ser negativo também para seus parceiros comerciais e a economia global. O Brasil não escapa ileso, porque faz parte dessa lista.

Aqui, o esforço do governo tem sido o de baixar os juros para baratear o crédito, de modo a estimular o consumo e a produção, e levar o País a crescer além dos minguados 1 ou 2% ao ano. É provável um novo corte do juro básico esta semana, como forma de compensar essa perspectiva negativa. Dos atuais 4,5% ao ano, a taxa pode cair para 4,25% ou até 4% ao ano, arrastando junto o rendimento da caderneta de poupança: de 3,15%, a sua rentabilidade poderá cair para 2,98% ou 2,80% ao ano.

 

Juros podem ter novo corte essa semana

A cada 45 dias, diretores do Banco Central se reúnem para definir em que nível ficará o juro básico do País, a Selic. Hoje, essa taxa está em 4,50% ao ano e a expectativa é a de que na reunião desta semana o juro caia mais.

Isso porque o governo quer estimular a economia. Um juro mais baixo facilita o crédito para o consumidor final nas compras ou para os empresários na produção. Outro fator que poderia ajudar o crescimento aqui seria a expansão econômica de parceiros comerciais, entre eles, a China.

No entanto com a perspectiva de que o surto do coronavírus traga impactos negativos não só na economia chinesa, mas do mundo todo, aqui o governo tende a reduzir a atual taxa de juros de modo a compensar a falta da ajuda externa no nosso crescimento econômico.

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Ao mesmo tempo, o juro menor reduz ainda mais o rendimento da poupança e títulos de renda fixa.

 

Epidemia do coronavírus faz bolsa cair e dólar subir

O temor de que a epidemia de coronavírus na China se alastre rapidamente para outros países e provoque efeitos negativos sobre a economia global está chacoalhando o mercado financeiro, com fortes solavancos, com queda das ações e alta do dólar.

Embora o centro da epidemia esteja na cidade de Wuhan e deva atingir com mais rigor a economia chinesa, os demais países, sobretudo os considerados emergentes, incluído o Brasil, devem sofrer os efeitos dessa doença na economia com mais rapidez e intensidade.

O sentimento de incertezas, com os impactos do coronavírus sobre a economia chinesa e global, leva o investidor a buscar proteção de seu capital em dólar e até em ouro. O aumento da procura por esses ativos faz as suas cotações subirem. Ao mesmo tempo, se a economia vai crescer menos no mundo, e aqui, o resultado das empresas que negociam suas ações na bolsa deve ser menos interessante. Por isso, as bolsas estão caindo. 

 

Investidor em bolsa deve ter sangue-frio agora

Os solavancos que sacudiram a bolsa de valores na última semana de janeiro pregaram enorme susto e serviram como teste de sangue-frio aos investidores novatos em ações. Ao ver o dinheiro aplicado se desvalorizar, o primeiro impulso é mesmo o de vender os papeis e pular fora do mercado.

No entanto, em um momento desses, de forte queda das cotações, que em geral é passageira, o mais indicado é ficar quieto, de posse das ações, à espera de um movimento de recuperação que certamente virá. Ou até aproveitar para compras adicionais de ações mais baratas.

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Quem se precipitou e vendeu ações movido pelo pânico perdeu dinheiro, porque “realizou o prejuízo” com a provável venda por uma cotação mais baixa que a de compra. Quem permaneceu terá uma perda apenas contábil, que poderá ser neutralizada com novas altas do mercado. Esse não é um bom momento para sair da bolsa de valores.

 

Aposentadoria é paga com reajuste esta semana

A partir desta segunda-feira, dia 3, o aposentado ou pensionista do INSS que ganha mais do que um salário mínimo vai receber o benefício com o reajuste de 4,48%. O pagamento é feito sempre de acordo com o número de cadastro no INSS, sem considerar o número após o traço. Veja o calendário:

Dia de pagamento                   Final do benefício

03/02                                                  1 e 6

04/02                                                  2 e 7

05/02                                                  3 e 8

06/02                                                  4 e 9

07/02                                                  5 e 0

Quem recebe pelo piso está recebendo um total de R$ 1.039, o valor do salário mínimo em janeiro.

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