Um acidente teria causado sérios danos nas duas patas do lado direito de Cupcake. O especialista, onde o levaram após ter sido atingido por um veículo, havia condenado o animal à eutanásia. Os médicos não acreditavam que aquele cão poderia se recuperar e viver uma vida normal. Mas Maria Estrela, sim.
Maio de 2014
Era primavera de mais um ano comum. Como sempre, os fios de ouro que Deus vai tecendo aos poucos na nossa caminhada, faz a vida transbordar de cor e graciosidade.
Maria Estrela, uma médica veterinária que carrega em seu nome um astro que possui luz própria, foi presenteada pela bondade Divina e, de quebra, iluminou a vida de um cão desenganado pela medicina porque os respectivos especialistas acreditavam que ele não teria qualidade de vida.
Cupcake, na época com cerca de seis anos, foi resgatado por uma colega de Maria. E, possivelmente, havia sido atropelado. A moça contou o caso do animalzinho para Maria, que não pensou duas vezes e pediu para que deixasse aos cuidados dela. “Quando decidi ficar com o cão, sequer sabia como ele era. Soube da história e quis dar uma chance para um animal que eu acreditei que poderia viver muito ainda”, disse.
O cachorro teria de amputar as duas patas do seu lado direito porque o atropelamento acabou estraçalhando os membros do bichinho que, obviamente, foi deixado para trás pelo “senhor atropelador”.
Maria já havia sido tutora de outros cães deficientes. Para ela, não havia nada que impedisse Cupcake de viver uma vida normal e feliz. “Eu decidi ficar com ele porque sempre tive cães com alguma deficiência, como a cegueira e a paraplegia. Por conta disso, sei que eles se adaptam perfeitamente porque não têm consciência da própria deficiência”, contou a veterinária.
Com a bagagem que possuía, a médica sabia que, de alguma forma, o cão não iria desistir de lutar pela vida. As patas de Cupcake não tinham mais salvação e foram amputadas por um veterinário ortopedista. Foi necessário que o animal tomasse uma série de medicamentos, além das fraldas e os curativos que precisavam ser trocados três vezes por dia. O trabalho foi enorme, mas a recompensa que Maria recebeu, também. A veterinária contou que, em troca de todo o seu esforço, Cupcake sempre aceitou tudo o que ela fazia, sem dar trabalho e nem reclamar de nada, mesmo com toda dor que ele sentia.
A luz das estrelas…
Como esperado por Maria, o cãozinho se recuperou totalmente. Aprendeu a andar com as outras duas patas que lhe restou, a usar o tapete higiênico para as necessidades fisiológicas e se adaptou bem à rotina da família.
Hoje, Cupcake está na casa dos nove anos. Tem quatro irmãos: Mariana, uma menina linda de 12 anos; Guilherme, um bebê gracinha de sete meses, e os peludos Robinho, um maltês, e a labrador Luna, de quatro patas… Opa! Quero dizer, a Luna com apenas três patas!
A batalha e esforço do pequeno guerreiro ganhou força nas redes sociais. O cãozinho possui uma página no Facebook e já comoveu cerca de 8 mil pessoas com a sua capacidade de ser feliz, apesar de suas limitações. “Ele sofreu muito. Teve mil e uma dificuldades e, mesmo assim, superou as adversidades e faz com duas patas tudo o que os outros cães fazem com quatro”, afirmou.
O único empecilho nesta história toda é que o cãozinho é “ciumentinho”. E Maria teve de se dedicar 100% ao moço até que cessassem os problemas entre Cupcake e o outros dois cães. “Tivemos alguns problemas, mas ele aprendeu a me dividir com os irmãos”, disse.
Mais uma vez, podemos nos deliciar com histórias de superação e amor. Neste caso, Maria iluminou a vida de Cupcake pelo amor que sente aos animais. Mais uma prova de que tudo o que se faz com amor, dá certo. E que não devemos nunca desistir das pessoas, dos animais, dos seres em geral.
Segundo Maria Estrela, Cupcake veio para mostrar para todos que ninguém precisa ser “prefeito” para ser feliz. E eu diria que Maria veio para provar que, enquanto houver Deus tecendo os fios de ouro em nossa vida, há a possibilidade de continuar. A gente sempre pode tentar. O importante mesmo é não desistir de nada e nem de ninguém!
Ouvindo as histórias das minhas colaboradoras tão especiais, que partilham comigo suas experiências tão valiosas com seus pets, fico pensando: quando é que vai acontecer novamente na minha vida…