Valéria Gimenes: Vibradores e sexualidade feminina

Não é necessário muito empenho acadêmico para constatar poucos registros sobre a sexualidade e o prazer feminino, que além de atingir números muito baixos no decorrer da história, esses dados geralmente são destorcidos, como veremos agora a questão da possível origem dos primeiros vibradores.

 Há registros de que a partir de 1800, na Inglaterra e EUA, haviam dados alarmantes de mulheres com Histeria. Acreditava-se que seria uma doença que nascida de um deslocamento uterino, que causava nas mulheres dores, fadigas, crises de euforia, mal estar, depressão e até mesmo loucura. As mulheres que apresentassem tais sintomas, deveriam ser tratadas por um médico, este aliviavam os sintomas causando “paroxismos” que levavam ao orgasmo, acalmado e trazendo essas mulheres ao convívio social. E a história ainda pontua a criação de aparatos, que seriam os primeiros vibradores, para aliviar a exaustiva tarefa médica da manipulação dos órgãos genitais femininos. Como assim? Os maridos da aristocracia levavam suas esposas para serem masturbadas por outro homem, mesmo que este seja um médico? Estranho!

Esse feito, conhecido mundialmente, se popularizou com a partir do livro de Rachel Mines, em 1999, intitulado como The Technology of Orgasm: “Hysteria” The Vibrator and Women`s Sexual Safistaction, ou seja “A Tecnologia do Orgasmo: Histeria, o Vibrador e a Satisfação Sexual Feminina. Tal feito rendeu a escritora muita popularidade e até manifestações culturais como séries e peças teatrais.

Muito desconfiada que seria um comportamento muito distante do pensamento da época, muito permeada por mitos tabus e preconceitos, a escritora Hallie Liberman, foi a busca de comprovar a teoria de Mines, e acabou achando dados que, nada mais, comprovavam que os primeiros “vibradores” seriam massageadores, com os mais variados fins medicinais, dores na coluna, pés, pernas, rosto, enfim, prometiam curar até uma simples dor de barriga. 

Os primeiros modelos eram movidos mecanicamente, depois a vapor e só então com os avanços foram criados modelos elétricos.

Em meados de 1915, a medicina chegou a constatação de que os milagres prometidos pelos “massageadores” eram totalmente falsos e com o mercado já inflado de modelos para os mais variados gostos, os artefatos passaram a ganhar uma conotação sexual, assim salvando-se do prejuízo comercial e, então, ganhando uma nova conotação, a sexual, a partir de 1950/60, começa então a se desenvolver os “massageadores eróticos”, parecidos com os vibradores que temos nos dias de hoje.

Essa foi uma breve pincelada sobre a possível origem dos vibradores, mais uma vez, no sentido de informar e tentar desmistificar sobre a sexualidade, que em momento algum da história da modernidade, teve tanto espaço para discussões e esclarecimentos, como nos dias de hoje. Em resumo, a sexualidade feminina ainda busca sua emancipação.

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