Giordanna Galvan: História do Samba no Brasil

Olá, queridos leitores!

Hoje venho trazer para vocês um pouco das origens do Samba.

Samba, nosso ritmo nacional brasileiro, teve base inicial com os batuques, a percussão trazida pelos escravos e misturadas com ritmos europeus, como polca, valsa, mazurca, maxixe, minueto, entre outros.

Inicialmente, as festas de dança dos escravos na Bahia eram chamadas de “samba”, que vem de uma dança angolana, a “semba”, que significa umbigada.

Para entender melhor o samba preciso falar sobre a escravidão no Brasil que foi até 1888, uma estimativa de 5 milhões de africanos foram trazidos para o Brasil para serem escravos, foram muito reprimidos, torturados, mas conseguiram manter muitas de suas crenças e rituais com canções tocadas por percussão, envolvendo danças entre outros elementos para suas entidades espirituais que apesar de serem proibidas permanecem na forma de religião chamada candomblé.

Muitas vezes sem poder tocar seus tambores, faziam sons com os pés e as mãos, e foram passando de geração a geração chegando ao Samba de Roda. O samba de roda surgiu na Bahia no século XVII, embora seus primeiros relatos oficiais sejam de 1860. Hoje, é patrimônio e patrimônio cultural da cultura afro-brasileira.

Foto Samba de Roda – Créditos site Escola Educação F5

Esse estilo também está intimamente relacionado com a capoeira, hoje nossa arte marcial, que envolve música e lutas acrobáticas.

Com o fim da escravidão em 1888, a população majoritariamente negra perdeu seu lugar nas terras onde residiam, e construíram suas casas em áreas da cidade e alguns deles tinham um espaço onde aconteciam suas celebrações religiosas envolvendo música e percussão.

Em uma dessas casas nasceu o samba, a casa da Tia Ciata moradora da antiga praça XI no Rio de Janeiro. Considerada por muitos como uma das figuras mais influentes para o surgimento do  samba, ela era baiana, e  abriu sua casa para músicos se reunirem, mesclarem diversos ritmos e assim nasceu o samba.

Foto Tia Ciata -Créditos site Maré de Notícias

Tia Ciata era uma mãe de santo, de alta hierarquia que tinha poderes curativos, e curou o presidente da república Venceslau Brás de uma doença que nenhum médico havia conseguido. Ele perguntou como ele podia agradecer e ela disse que desejava que fossem permitidas suas cerimônias religiosas e que pudessem tocar as músicas livremente. Ele disse que isso não era possível, mas em gratidão ofereceu para o marido dela um trabalho, fez dele o Chefe de Polícia. Quando os policiais iam fazer os controles na casa dela, o marido ligava avisando.

O primeiro samba chama “Pelo telefone “em alusão a esses acontecimentos.

Esse samba de 1916, do músico Donga, ficou conhecido como o primeiro samba gravado em gravadoras tornando-se ao longo do tempo o legítimo representante musical do carnaval.

Foto Donga – Créditos site Vermelho.org

Outra mulher importante do samba foi Carmen Miranda, que levou o samba para os Estados Unidos. A carreira artística dela ocorreu no Brasil e nos Estados Unidos entre as  décadas de 1930 e  1950, vestia roupas coloridas adornadas com símbolos tropicais, e levava alegria com seu samba mesmo em tempos difíceis como guerras. Ela foi a artista que levou o samba para os Estados Unidos da América e o ritmo ficou conhecido internacionalmente na sua voz e espetáculos.

Fotos Carmem Miranda – Créditos Site Apoio Escolar 24 horas

O samba de roda veio da Bahia, o samba que conhecemos nasceu na casa de uma baiana, e por isso até hoje nos desfiles oficiais do carnaval existe a ala das baianas, para fazer homenagem às suas origens.

Nos primeiros anos os desfiles passavam em frente à casa da Tia Ciata. Depois ganharam as avenidas e mais na década de 80 foi construído o Sambódromo na Marquês de Sapucaí.

Foto Sambodromo RJ – Crédito Site Galeria do Samba

O ritmo chega aos carnavais no início do século XX, o que dá uma cara diferente ao carnaval brasileiro e até hoje embala essa festa em diversas localidades no Brasil.

O Samba é um ritmo intenso que traz na sua essência a “brasilidade” de mesclar diversas coisas e conseguir criar algo, juntando elementos já existentes e formando algo novo.

Giordanna Galvan

**O conteúdo e informação publicado é responsabilidade exclusiva do colunista e não expressa necessariamente a opinião deste site.

 

Imagem de capa: Projeto Educacional Capoeira na Escola

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