Victoria Salemi: Fábio Carille não é bom

Fábio Carille não é bom. Fábio Carille é muito bom. E não digo isso por questões táticas ou pelo fato de o Corinthians jogar do mesmo jeitão já há algum tempo. Faço essa afirmação pela postura que o time alvinegro tem em campo desde que o técnico corintiano assumiu a equipe.

Sou capaz de imaginar as conversas no vestiário do Timão. “Eles acham que só porque têm um time estrelado vão ganhar da gente, aqui na nossa casa”. Uma frase como essa pode provocar qualquer um, mas só um elenco fechado com o professor, como se diz por aí, respira esse sentimento de grupo. E Fábio Carille é muito bom em motivar seus atletas.

Essa talvez, seja uma das principais características herdadas do seu mentor, Tite. Lembre-se da ocasião em que o técnico da Seleção brasileira defendeu Neymar, em uma coletiva de imprensa, numa época em que o jogador era alvo de diversas críticas pelos jornalistas. Que atleta não daria a vida em campo por um comandante desses? E é isso que Carille aprendeu e consegue aplicar diariamente no Corinthians.

O Timão pode até ter vindo de algumas derrotas no Paulista, mas jogar contra o maior rival exige um algo a mais. Um algo a mais que o Corinthians mostrou em campo, mesmo em um jogo que começou tão truncado, mesmo em um jogo com os nervos à flor da pele.

A essa altura, você pode estar pensando: “Mas o Corinthians foi favorecido pelos lances polêmicos do jogo”. No jogo do fim de semana, sim, porém de forma justa, com decisões corretas do juiz.  O árbitro pode ter marcado o primeiro pênalti de forma um pouco esquisita, demorada, mas não dá pra dizer que não foi nada quando o goleiro Jaílson levantou o pé e atingiu a coxa de Renê Júnior.

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Jadson desperdiçou a cobrança e o Corinhtians, agora com um a mais, se abateu por alguns instantes. Mas, novamente, a motivação inspirada por Fábio Carille voltou a pairar sobre o Timão, garantindo a vitória em mais um clássico – o quarto contra o Palmeiras desde que ele assumiu o time.

Apesar de, no papel, o Corinthians ter um elenco bastante inferior ao do Palmeiras – assim como em 2017 –, a coletividade precisa funcionar. Criar uma coesão no grupo é fundamental. E Fábio Carille é o principal responsável por esse mérito do Timão.

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