Lordello: Cuidado os “especialistas” que você contrata

Se você perdeu peso, isso não quer dizer que é especialista em obesidade.

Se correu a prova da São Silvestre, não significa que é um especialista em educação física.

Ler todos os livros sobre aviação não o torna piloto de avião.

Muito cuidado com os “especialistas” que se apresentam no mundo real e também no virtual.

Capítulo à parte, os amantes de futebol, quando estão assistindo uma partida e o time do coração está perdendo, é comum chamar o técnico de burro por escalar time errado ou substituição de jogador equivocada.

Será que essas pessoas têm competência e capacidade para treinar um time de futebol profissional ?

Claro que não, são apenas curiosos ou opinólogos.

Recentemente, fui visitar um amigo que é síndico de um prédio. Passei pela portaria, entrei no hall social e fui para o elevador. Durante esse breve percurso, percebi que tinham feito investimento em câmeras de segurança. O problema, é que o posicionamento dos equipamentos estava errado, ou seja, as câmeras foram instaladas em locais, altura e ângulos equivocados. Ao adentrar no apartamento, fiz a seguinte pergunta:

“Quem instalou as câmeras no prédio?”

A resposta surpreendeu:

“Foi um conhecido que tem uma empresa de equipamentos eletrônicos especializados em segurança”.

Não teve jeito, fui obrigado a retrucar:

“Essa empresa que você contratou pode ser especialista em equipamentos para CFTV, mas te garanto que pouco entende de segurança patrimonial e violência urbana”.

O síndico arregalou os olhos com ar de preocupação e fiz a seguinte pergunta:

“Antes de instalar as câmeras, a empresa realizou análise de risco e apresentou projeto?”

“Para falar a verdade, o dono da empresa, após passear pelas dependências do edifício por cerca de 20 minutos, alegou que baseado em sua experiência, recomendava a instalação de 32 câmeras”.

Para finalizar o bate-papo, me deu a seguinte explicação:

“A preocupação dessa empresa era de apenas instalar equipamentos e não gerir segurança aos moradores e funcionários”.

Adianto ao amigo leitor, que boa parte das empresas que vendem equipamentos de segurança e mão de obra terceirizada de portaria e vigilância, podem ter capacidade técnica em relação a atividade fim de seus negócios, mas não são especialistas em segurança patrimonial propriamente dita.

Ser especialista em alguma área profissional demanda formação educacional, estudo aprofundado, aprimoramento contínuo, capacidade técnica comprovada e anos de experiência prática no mercado.

Da mesma maneira como é impossível fazer omelete sem ovos, não se pode acreditar nos “especialistas” em preço baixo ou nos “achólogos” de plantão.

Não podemos esquecer dos moradores palpiteiros, que pouco se envolvem no dia a dia da administração do condomínio, mas que nas reuniões ou assembleias pedem a palavra, levantam a voz e passam a apontar soluções para as fragilidades e falhas na segurança. Criticam muito e apresentam teses mirabolantes, como se fossem verdadeiros PHDs em segurança pública e privada.

Mas qual o embasamento que usam?

Não estudam nem se aprofundam no tema,  apenas se utilizam do famoso “achismo”…

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