Lilian Schiavo: Genética

Desde pequena aprendi que árvore sem raiz não fica em pé, o que isso quer dizer?
Que precisamos lembrar de nossas raízes, de onde viemos.
Diferente de ficar remoendo o passado, vivendo de saudades, é aprender com o caminho percorrido, os erros cometidos, as lições ensinadas por nossos pais.
É respeitar a ancestralidade.
Outro dia me perguntaram porque dedico tanto tempo para uma organização de Mulheres Empresárias.
Respondi automaticamente que é porque amo o que faço.
Mas depois fiquei refletindo sobre essa e outras perguntas que me fazem normalmente.
Participo de uma organização pioneira, fundada em 1945 na França, na época da 2ª Guerra Mundial quando os homens saíram para lutar e as mulheres ficaram responsáveis pela gestão das empresas, se transformaram nas proprietárias e administradoras.
Lembrei que meu avô chegou no Brasil nessa época, um imigrante japonês, com um diploma de médico que não tinha validade aqui, uma família composta pela esposa e 3 filhos. Um país novo, com costumes diferentes, um idioma incompreensível e uma vontade imensa de vencer.
Com seus conhecimentos, abriu uma farmácia de manipulação no interior de SP onde comercializava também medicamentos e produtos de higiene.
Infelizmente as coisas não correram como esperado, 2 filhos morreram, o sobrevivente foi enviado para estudar num internato e pouco tempo depois meu avô também faleceu.
Então minha avó assumiu a farmácia, quase na mesma época em que as mulheres empresárias da França se uniram para fundar a Organização Mundial e a partir da viuvez trabalhou como proprietária e administradora do local até o dia em que meu pai se tornou médico e a chamou para vir morar na capital.
E já que estou contando a história da família, devo dizer que minha mãe foi uma verdadeira inspiração! Entrou na Faculdade de Medicina da USP em 1948!! Época em que a maior parte das mulheres não escolhiam um curso que exigia estudo em tempo integral e uma dedicação quase sacerdotal à profissão.
Passei a infância vendo minha mãe, a dra. Olga, médica ginecologista e obstetra correndo de madrugada para o hospital para atender as parturientes. Nas férias ela pedia que eu passasse alguns dias ajudando a  sua secretária com as fichas no consultório para que eu aprendesse o valor do trabalho e da independência financeira. Não era exploração de  trabalho infantil, eram dias em que eu me enchia de orgulho ouvindo as histórias que as pacientes contavam sobre a minha mãe, sobre as crianças que ela colocou no mundo, sobre as vidas que salvou.
Sem dúvida foi um grande exemplo para mim, cresci acreditando que as mulheres podem ser o que quiserem, que sonhos devem ser conquistados com persistência, quase com teimosia… fechando os ouvidos para aqueles que dizem que é impossível, que é difícil.
Quem falou que a vida é fácil? Sonhar grande ou sonhar pequeno não é sonhar do mesmo jeito? Então vale a pena sonhar grande, alçar vôos mais altos, desafiar os próprios limites, ter coragem e ousadia!
E o que tem a genética a ver com seus resultados? São as suas raízes!  Independente de como é a sua família, agradeça por cada talento, pelos sacrifícios, pelas lutas e batalhas, pelas vitórias e conquistas, pelas perdas e superações,  pela educação, pelos exemplos que teve, pela vida que recebeu.
Existem dois sentimentos que fazem com que você cresça e alcance seus objetivos: a gratidão e o amor, esses serão os combustíveis para o seu sucesso! É assim que você vai chegar onde quiser!

Loading

Veja Também  Flávia Andreoli - Uma dose de consciência: álcool na gravidez

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Compartilhe esta notícia

Mais postagens