Willian Cury: Você sabe se a sua empresa é uma banana ou uma pitaya para os seus clientes?

“- Ai! Que caro! Tem algo mais baratinho? Eu vi lá no “vizinho” pela metade do preço!”

Se você é um empreendedor, provavelmente você já ouviu seu cliente falar isso para você.

Aí eu te pergunto: – Ele está errado?

NÃO!

Todo o cliente tem o direito de achar caro! Você também é consumidor e faz a mesma coisa. Principalmente quando a única coisa que você vê no produto é o quanto ele custa.

Imagine uma feira de rua.

Com aquelas barracas feitas de madeira e cobertas por aquela lona grossa, todas iguais. O que muda de uma para outra é o que tem em cima de cada um dos balcões dos feirantes.

Tem feirante que escolhe vender verduras fresquinhas e bem verdinhas, outrospreferem vender utensílios de cozinha, amassadores de alho e consertar panelas.

Outros feirantes preferem legumes de vários tamanhos, cores e texturas. Existem os que preferem a clássica combinação do pastel quentinho frito na hora acompanhado do indispensável caldo de cana, é impossível imaginar um longe do outro. Tem até os que preferem levar aqueles potes transparentes de tampa quadrada e encher de guloseimas e petit-four. E é claro, que tem as deliciosas barracas de frutas, e quando o assunto é fruta aqui na América do Sul é o continente com a maior diversidade e variedade de frutas.

A feira é uma experiência com muito aprendizado para quem empreende.

Por exemplo, o feirante que vende banana. Esse coloca todas as bananas enfileiradas uma do lado da outra, separando por tipo, nanica, prata, ouro, da terra, maçã. Coloca o preço em cima, e vende a penca por R$5,00 e uma penca tem mais ou menos 8 bananas. Ele não precisa explicar o que é uma banana, ele não precisa argumentar sobre os benefícios da banana, tão pouco abrir uma banana para o cliente entender o que é, ele não precisa de muita coisa para mostrar que ele vende banana. Simplesmente expõe as bananas, coloca o preço e cada consumidor escolhe o tipo da banana que quer, porque ela é comum e todos conhecem.

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Imagina do lado da barraca de bananas uma barraca de pitayas. A mesma estratégia funciona para o feirante que vende pitaya?

Apesar da banana e da pitaya serem frutas, são frutas totalmente diferentes, na aparência, características, valor nutricional, cultivo e principalmente no preço.

O feirante que decide vender essa fruta, não pode adotar a mesma postura do vendedor de bananas. Poucas pessoas já viram uma pitaya, não sabem como é o seu interior, não conhecem seu sabor e nem os benefícios para a saúde que uma pitaya traz.

Pitaya não é vendida em penca como as bananas, ela é vendida por unidade. E, a unidade de uma pitaya é o dobro de uma penca de bananas. Para esse feirante ter sucesso na venda das suas pitayas, ele não pode apenas colocá-las enfileiradas e escrever o preço em cima, R$10,00 a unidade, porque na hora que os consumidores passarem na frente da sua barraca, vão dizer: “- Nossa, que fruta cara, e só vem uma. Prefiro comprar bananas, que é mais barata e vem mais.”

E, o que ele deve fazer então?

Parar de vender a fruta e sim vender o benefício que o consumidor vai ter com essa fruta. Ao invés de enfileira-las e apenas mostrar o exterior dessa fruta que poucos conhecem, ele deve partir uma e mostrar como é o interior dessa fruta, escolher a mais madura e oferecer pedacinhos dessa fruta para que os consumidores conheçam e queiram saber mais dessa fruta.

E principalmente esse feirante deve saber atender os consumidores ao invés de querer vender para estes consumidores. Contar sobre os benefícios para a saúde que essa fruta traz, fazê-los imaginar as crianças comendo essa fruta tão diferente ou até contar uma receita super simples de como fazer um frozen refrescante de pitaya para esse verão.

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Existem inúmeras estratégias que esse vendedor de pitayas pode fazer, mas todas devem seguir a mesma base.

Ele deve vender o valor da pitaya e não o preço da pitaya.

O preço deve ser apenas o quanto custa para levar todos os benefícios não protagonistas da história.

Fato que o consumidor sempre chegará usando a comparação do que ele tem na cabeça dele (fruta é fruta ué?!), mas cabe ao feirante mostrar para o consumidor, que apesar de serem frutas, aquela é uma banana e essa é uma pitaya e as diferenças e benefícios que a pitaya tem.

Por isso toda vez que alguém disser que seu preço está caro é porque ele não viu valor no que você está vendendo.

Aí cabe a você uma decisão.

O que sua empresa é, uma “pitaya” ou uma “banana”?

Conta aqui nos comentários para mim.

E nos encontramos na terça que vem.

 

Willian Cury

**O conteúdo e informação publicado é responsabilidade exclusiva do colunista e não expressa necessariamente a opinião deste site.

Imagem 01, 03 e 04:  Banco de imagens Canvas

Imagem 02: Prefeitura de Atibaia – Feira Livre

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