Fábio Muniz: Quando a vida nos surpreende!

Bom dia meus amigos queridos!

Eu estou escrevendo este texto da fria, mas agradável Bruxelas.

É nesta cidade que eu conheci a minha esposa, quando eu jamais esperava conhecer alguém como ela. Quando eu cheguei em Bruxelas em 2008, eu pensei que a minha esposa era uma senhora de sessenta anos de idade que fazia projetos entre as famílias congolesas e trabalhava como uma ponte cultural entre europeus, americanos e africanos. Isto era tudo.

Por outro lado, ela pensou que eu estava chegando com a minha esposa e filhos.

Pois bem, apenas tínhamos um amigo em comum que queria que nos conhecêssemosl, porque desenvolvíamos projetos muito similares.

Meu querido amigo jamais pensou em “colocar-nos juntos”.

Até porque, eu morava em Barcelona, a Johnna morava em Waterloo.

Eu era um brasileiro na Espanha e não sabia quanto tempo mais moraria na Europa, pois estava vindo de uma experiência de vida no Canadá. Ela era uma americana morando na Bélgica e não sabia quando tempo mais moraria na Europa, pois estava vindo de uma experiência de vida no Japão.

O fato é que a vida nos surpreende!

Eu jamais imaginei estar de volta em Bruxelas, com a minha esposa Johnna, e as nossas duas filhas: A Sophia que nasceu em Saint Petersburg, Flórida; e a Júlia que nasceu em Yokohama, Japão.

De modo que a vida é feita de ciclos. É inegável que durante estes ciclos da vida, há momentos que temos muita alegria, e vontade de saltar e brincar, rir e dançar. Todavia, há momentos que parece que nunca mais teremos a alegria uma vez provada no passado. Há momentos que nos sentimos sozinhos. Há momentos que lamentamos a perda de alguém muito querido: um amigo, um familiar. Há momentos que pensamos que jamais chegaremos do outro lado, pois parece que na atual conjuntura a falta de esperança e frustração se tornaram parceiras inseparáveis de um estágio interminável de tal ciclo da vida.

Eu sei que você está lendo este texto e talvez esteja pensando, “Eu estou cansado, e já não sei mais o que fazer! ” Ou ainda, “Parece que as coisas nunca dão certo para mim!”

É um pai que se sente cansado de tentar falar com um filho ou uma filha, mas parece que cada fala e conversa não levam para nenhum lugar. Não há sucesso no diálogo! Um ciclo interminável.

É um esposo que mora debaixo do mesmo teto com uma companheira ingrata e que não para de reclamar. Outro ciclo interminável!

É uma mãe que chora de dia e de noite, sentindo-se sozinha.

É um empresário que já não sabe mais como pagar as contas devido a crise econômica que chegou nos seus negócios e parece que não há solução.

A vida nos surpreende!

Eu sinceramente te convido para olhar nos pequenos detalhes que estão bem do teu lado. Eu te convido para abrir bem os teus olhos e perceber as coisas que estão na tua frente e também ao redor de você.

O fato de você estar lendo este texto, e respirando, é a esperança que este ciclo de desassossego no coração pode passar a qualquer momento.

A vida nos surpreende!

O fato de você poder andar nas ruas, sentar no banco de uma praça e ver crianças brincando e rindo, significa que a gente ainda pode voltar a rir e aprender com estes pequeninos que são inocentes, sinceros e despreocupados. Eles vivem o aqui e o agora. Nada mais do que isto. Um dia de cada vez!

Se a vida fosse uma peça de teatro, eu diria que ela não permite e nem nos dá a possibilidade de ensaios. Portanto, corra, cante, chore, brinque, dance, faça tudo intensamente, pois tudo passa rapidamente, pois um dia a cortina se fechará.

Eu gosto da frase do Dalai Lama que contém uma realidade incontestável, independente do ciclo da vida que você se encontra hoje e neste momento. É com tal frase, que eu termino a nossa coluna desta semana, “Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver”.

Até a próxima!

Bruxelas

**O conteúdo e informação publicado é responsabilidade exclusiva do colunista e não expressa necessariamente a opinião deste site.

Imagem: Arquivo pessoal do colunista

A vida nos surpreende: Eu jamais imaginei estar com as minhas duas filhas em Bruxelas.

A vida nos surpreende: Eu jamais imaginei que Bruxelas se tornaria uma cidade tão importante na minha jornada.