A minha inspiração vem das pessoas com quem convivo, das palestras que assisto, das perguntas que me fazem.
Quando percebo que alguém é inspirador eu o transformo numa história contada aqui, às vezes identifico a pessoa e outras vezes a deixo anônima, mas aviso que ela virou um personagem.
Estava conversando com um amigo e comentei que encontro muitas mulheres num momento de vida em que elas querem pivotar e me surpreendi pois ele nunca havia ouvido este termo, então imagino que muita gente ainda não sabe seu significado.
Pivotar é um termo muito usado no segmento de start ups e entre empreendedores. A palavra pivotar tem origem no verbo inglês to pivot, que significa girar.
No basquete, é girar em outra direção, é quando o jogador observa e estuda as possibilidades em torno e mantém sua base fixa para não perder a posição já conquistada.
Vale lembrar que girar é um movimento amplo, num seminário que fiz este termo vinha seguido de um gesto com as mãos onde você faz o V de vitória e gira180º (cento e oitenta graus), ou seja, não estamos falando de um ajuste de percurso, mas de uma mudança de rumo.
As mulheres pivotam em várias situações. Por exemplo, quando resolvem sair de um casamento e partir para uma nova vida, ao se aposentar após 35 anos de trabalho e decidir que vai realizar o sonho de se tornar uma empreendedora, ao perceber que se continuar com a mesma situação irá afundar, ao criar coragem para voar em novos projetos, ao se tornar voluntária de uma ONG, ao mudar de cidade ou país, ao viver a síndrome do ninho vazio e ter tempo para se reinventar.
Mudar é uma constante nas nossas vidas pois estamos sempre nos adequando às novas situações, mas pivotar é uma tática de negócios, é mudar radicalmente, com a diferença que você além de aprender com a experiência de insucesso você reaproveita os ativos, mantém a base do seu modelo de negócio e encontra novas alternativas.
Pode parecer frustrante que após ter feito um business plan cuidadosamente elaborado e investido tempo e dinheiro na sua ideia você se vê diante de resultados insatisfatórios, mas saiba que isso é muito comum e fracassos fazem parte do nosso aprendizado.
Precisamos estar atentos às mudanças do mercado e os avanços tecnológicos, bem como observar as necessidades do seu público-alvo e perceber quando seu produto ou serviço não estão gerando receita.
Como na vida, devemos praticar o desapego e entender que a mudança é vital, é ter humildade reconhecendo que sua ideia inicial não deu certo e aprender com o fracasso. Ao invés de desistir você reconstrói seu modelo de negócio e siga em frente!
Gosto muito de contar a história do médico Oskar Metsavaht que aos 25 anos aceitou o desafio de participar de uma expedição ao monte Aconcágua, na Cordilheira dos Andes. Ele precisava de uma roupa que mantivesse os alpinistas aquecidos com um tecido que permitisse a evaporação do suor, mas não encontrou nada adequado e resolveu fazer manualmente 10 casacos especialmente desenvolvidos por ele. Ao voltar da viagem recebeu pedidos de amigos para mais casacos. Após 3 anos decidiu abrir a primeira loja da marca Osklen e, se vender roupas para neve no Brasil já soava estranho, Oskar tornou a situação mais inusitada: abriu a loja na praia de Búzios com um catálogo que incluía além dos casacos, mochilas, camisetas e bermudas para um público que frequentava as praias mas tabém viajavam para países frios. Hoje a Osklen é conhecida como uma grife internacional de luxo, presente na Europa, Estados Unidos e Ásia. (Fonte: EXAME)
Outro exemplo é o do farmacêutico John Pemberton que buscava um remédio para enxaqueca que resultou na obtenção de um concentrado à base de noz-de-cola, folhas de coca e outros ingredientes e o chamou de Coca-Cola. Era 1886, ano que marcava a mudança de comportamento dos americanos em busca de bebidas sem álcool, ou seja, o momento ideal para inserir uma novidade no mercado seguindo a necessidade do seu público alvo. Cinco anos depois, Pemberton vendeu os direitos de comercialização da Coca-Cola para Frank Robinson que, no mesmo ano, vendeu a fórmula para o empresário Asa Griggs Candler por 2.500 dólares. Foi nas mãos desse novo dono que o produto ganhou agressivas táticas de publicidade nos Estados Unidos e a partir daí para o mundo. (Fonte:EXAME)
Robinson Shiba, fundador do China in Box abandonou a carreira de dentista para criar o primeiro delivery brasileiro de comida chinesa em caixinha. A ideia surgiu em uma viagem aos Estados Unidos e não foi muito bem recebida por sua família, com exceção deu uma pessoa: seu pai, que nunca deixou de acreditar no potencial do filho e até hoje participa da administração da empresa. (Fonte: Endeavor)
Cecília Dale, empresária do ramo de decoração e reconhecida nacionalmente era professora de inglês para crianças. Quando o marido foi transferido para São Paulo, ela percebeu que gostava de conhecer novas pessoas e resolveu vender produtos de decoração. Ela sempre gostou de decorar a própria casa e resolveu usar este talento como nova forma de conseguir renda própria. No início, vendia para outras lojas até conseguir abrir a primeira loja. Atualmente é proprietária de uma rede de lojas.
Leda Böger, trabalhava na área corporativa da Whirpool quando começou a pensar sobre que legado queria deixar quando durante um trabalho voluntário no Consulado da Mulher descobriu enquanto caminhava pela comunidade tirando fotos que tinha que fazer alguma coisa para mudar a situação dessas pessoas, esta ação social definiu a sua entrada no terceiro setor, hoje ela é diretora executiva do Consulado da Mulher.
“Tente mover o mundo — o primeiro passo será mover a si mesmo!” Platão
Finalizo desejando uma semana com muita coragem e fé para você que precisa pivotar sua empresa ou sua vida!