“ Ah, o abraço
Nasce simples, da vontade de unir os corações
Nasce da espontânea urgência do enlace
Da afetividade que escorre pelas veias
O abraço é bálsamo
E como bálsamo tem fundamental importância
Não compreendo quem não o exercite
Pra mim abraço é verbo
Ponto de partida
É luz de lua cheia
Calor de sol
Água de rio fluente
Pés na terra fria da manhã
O abraço abriga, acolhe, ajuda a aquietar os medos
Contem o grito
Humaniza as couraças que vestimos
O abraço é mestre das emoções por si só
Não precisa de apêndices
Apoio, calço
Palavras são desnecessárias quando se abraça alguém
O alguém
O outro
É o dissipar momentâneo do caos
É o derreter das geleiras
Casa de João de barro
Porta pro amor
Ou pra amizade
Um despertar
Um aninhar
Um ressoar de velhos corações a bater em musica
Ah, o abraço!
Não fosse ele ficariam apenas os apertos de mãos protocolares e insípidos
Os cumprimentos corriqueiros e formais das bochechas
Os acenos de mãos
Abraço é coisa de selar as almas
De acalmar as águas
Acender as chamas
E se for de amigo
Palavra conselheira que não se presta ao papel de errar
É forte e vital em si mesmo
Lugar de nascer passarinhos
Revisitar momentos
Reafirmar laços
Transmutar energia
Lavar as mágoas
Secar os prantos
Qualquer desordem se arruma em um abraço
Porque entre braços estão às melhores histórias do mundo. ”
Os: * Abrace, abra teus braços para alguém, para si mesmo, para tua vida.
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Imagem: Alpha Coders