Clara manhã de sons e lírios
Os pés, as meias e as nossas teias
Te faço café e o cafuné embala teus sonhos
O sol lambe as sacadas
E cada vida desperta,
Desperta anseios.
Nas ruas, movimento
Cimento colorido pelo vai e vem das roupas,
Arranha-céus, grafites e passarinhos
Cheiro de outono, vento de acolher
Mãos entrelaçadas caminhamos.
Somos um na multidão
Teus olhos castanhos me fitam
Incitam meus verdes mares
Símbolos, códigos, palavras sem som.
Pastel nas feiras livres, o ar puro das descobertas
Na escola, capoeira, berimbau, samba de roda.
Nas ruelas gente reunida, bares, outros ares, festa.
O dia passa que não se vê…
O por do sol, a chegada do outono nas baixas temperaturas, os abraços
Os laços e nós.
Taças de vinho a cortejar cada momento.
No reflexo do espelho estamos mais jovens
Não pelo tempo que insiste em nos desenhar rugas nos olhos
Mas pelo privilegio de exercermos o que somos.
Alegria em cada possibilidade
Amor em expansão de terra arada e solo fértil
Conexão de amigos de tantas vidas…
Somos mares imensos!
Cai à noite esparramada de estrelas
Minhas mãos dançam em teus cabelos prateados
Teus braços me acolhem vasto que é nosso universo
E de tramas e tecidos adormecemos
O tu, o eu e o nós entrelaçados brindamos a mais longa volta entorno do sol que aqui e agora escrevemos
Nanquins, croquis, amor e fotografias.
Tudo é parte e cabe.
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