Roberta de Moraes: Da vida que vivemos

Clara manhã de sons e lírios

Os pés, as meias e as nossas teias

Te faço café e o cafuné embala teus sonhos

O sol lambe as sacadas

E cada vida desperta,

Desperta anseios.

Nas ruas, movimento

Cimento colorido pelo vai e vem das roupas,

Arranha-céus, grafites e passarinhos

Cheiro de outono, vento de acolher

Mãos entrelaçadas caminhamos.

Somos um na multidão

Teus olhos castanhos me fitam

Incitam meus verdes mares

Símbolos, códigos, palavras sem som.

Pastel nas feiras livres, o ar puro das descobertas

Na escola, capoeira, berimbau, samba de roda.

Nas ruelas gente reunida, bares, outros ares, festa.

O dia passa que não se vê…

O por do sol, a chegada do outono nas baixas temperaturas, os abraços

Os laços e nós.

Taças de vinho a cortejar cada momento.

No reflexo do espelho estamos mais jovens

Não pelo tempo que insiste em nos desenhar rugas nos olhos

Mas pelo privilegio de exercermos o que somos.

Alegria em cada possibilidade

Amor em expansão de terra arada e solo fértil

Conexão de amigos de tantas vidas…

Somos mares imensos!

Cai à noite esparramada de estrelas

Minhas mãos dançam em teus cabelos prateados

Teus braços me acolhem vasto que é nosso universo

E de tramas e tecidos adormecemos

O tu, o eu e o nós entrelaçados brindamos a mais longa volta entorno do sol que aqui e agora escrevemos

Nanquins, croquis, amor e fotografias.

Tudo é parte e cabe.

 

 

 

 

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Imagens: Arquivo pessoal da colunista

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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