Laura Lima: Sobre fazer quarenta e poucos anos.

Confesso que adoro fazer aniversário. Pode ser pelo fato de não ter tido muitas festas na infância. Mas na verdade é porque acho que cada ciclo que começa é mais uma oportunidade de viver feliz.

Sempre encarei a vida como ciclos: os dos 20, 30, 50, 60… E quase como todo mundo tive a época de querer ter mais do que tinha: aos 10 anos queria ter 15, com 15 anos queria ter 18 e com18 anos queria ter 25.

Depois disso eu parei de adiantar o tempo…

Quando fiz trinta estava feliz. Quando fiz quarenta aprendi o que me faz feliz. Sim é a maturidade que traz isso e só ela. Me perdoem os jovens!

Agora, prestes a completar 42 anos, vivo intensamente a melhor fase da minha vida. Ok, ok, ainda tenho questões para resolver na terapia, sonhos a realizar, muito trabalho pra fazer, filha pra criar…

Mesmo achando que quando fiz 40 estava na metade da vida, porque acredito que até essa idade a linha da vida é uma crescente, quando chega aos quarentas essa linha começa a cair.

Não é uma análise negativa ou pessimista, é apenas uma análise.

O que mais gosto de viver nos quarenta é a gratidão de ser dona do meu tempo. Mudar os planos profissionais e empreender em casa foi um desafio, que venço todos os dias, mas certa de que foi a escolha mais verdadeira.

As vezes penso que nasci na época errada, que deveria ter estado no mundo algumas décadas antes. Isso mesmo, antes. Meu maior sonho sempre foi casar, ter filhos e construir uma família. Mas até pra mim – que vive esse sonho todos os dias – me soa um pouco antiquado.

Mas quando lembro que resolvo tudo por um aparelho nas minhas mãos, posso escolher o que amo para trabalhar e tenho a liberdade de dizer sim ou não, me lembro que esse é o meu tempo. Perfeito.

Portanto, fazer 40, ou 42, mesmo com a crise que vivemos, me faz refletir sobre a grandiosidade de ter, o básico e o que podemos chamar de supérfluo.

Pense comigo: durante os tempos mais reclusos da quarentena agradecemos por termos casa, comida, saúde e familiares. Mas também sentimos muita falta do ir ao cinema, assistir a um show, comer um cachorro-quente na festa junina, de viajar…

Tudo faz falta em tempos difíceis, do básico ao luxo. E, justamente durantes esses dias pude perceber quanto minha vida é cheia de bençãos e desafios. Ainda bem.

Então sem pressa, que venha mais um ciclo e seja cheio de mim mesma! Uma geminiana na sua essência, alegria e tristezas.

Ah, e que curiosamente nunca fez terapia.

Caso não saiba eu faço 42 anos no domingo dia 06 e adoro receber parabéns. Pode ser por mensagem, ligação… só não me faz passar a vergonha de todo mundo olhando para mim e cantado parabéns, combinado?!?

Então: Parabéns para mim!

Laura Moura Lima

**O conteúdo e informação publicado é responsabilidade exclusiva do colunista e não expressa necessariamente a opinião deste site.

Imagem: Arquivo Pessoal da Colunista

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Compartilhe esta notícia

Mais postagens