Crítica: Doentes de Amor (The Big Sick)

Kumail Nanjiani as "Kumail" and Zoe Kazan as "Emily" in THE BIG SICK. Photo by Sarah Shatz.

Produzida por um dos nomes fortes da comédia norte-americana, Judd Apatow (O Virgem de 40 Anos, Ligeiramente Grávidos), esta agradável comédia dramática Doentes de Amor (The Big Sick, EUA, 2017), foi bastante elogiada quando exibida no Festival de Sundance no início do ano. Dirigido por Michael Showalter (do ótimo Doris, Redescobrindo o Amor, em que arrancou uma performance fantástica da veterana atriz Sally Field), Doentes de Amor é uma gostosa mas também pertinente história sobre a aproximação de duas culturas completamente opostas, atraídas pelo amor de dois de seus representantes.

Curiosamente, Doentes de Amor é baseado em uma história verídica, vivenciada pelo comediante paquistanês Kumail Nanjiani (Um Espião e Meio, Juntos Pelo Acaso), e protagonizada aqui pelo próprio. Nanjiani também é o responsável pelo ótimo roteiro da produção, co-escrito pela também protagonista da história Emily V. Gordon, aqui interpretada pela gracinha Zoe Kazan (Monstro, Ruby Sparks: A Namorada Perfeita).

Nanjiani é um comediante de stand-up na cidade de Chicago, seu lar desde que seus pais saíram do Paquistão em direção aos EUA, na esperança de dar uma vida melhor aos seus filhos. Apesar de pertencer a uma família extremamente tradicional, Kumail não concorda com muitos dos costumes da cultura de seu país, principalmente o fato de seus pais estarem o tempo todo tentando arranjar um casamento para o filho, já que no Paquistão, todos os casamentos são arranjados. A coisa se complica de vez quando Kumail conhece e logo se apaixona pela americana Emily (Kazan), contrariando completamente a ideologia de seus pais com relação ao futuro do filho.

À princípio, Doentes de Amor parece querer seguir os passos da comédia de gigantesco sucesso Casamento Grego, lançada em 2011 e indicada ao Oscar de Melhor Roteiro original. Contudo, a produção tem uma pegada muito mais bem trabalhada pelo roteiro de Nanjiani e sua esposa na vida real, Emily. O filme começa a mostrar sua verdadeira força quando Emily é acometida de uma grave e misteriosa doença, que a coloca em coma, e permite a entrada em cena dos pais da garota, interpretados aqui de maneira sensacional pelo comediante Ray Romano (da série de sucesso Everybody Loves Raymond) e pela fantástica Holly Hunter (vencedora do Oscar pelo filme O Piano).

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A dinâmica da relação que nasce entre Kumail e os pais da garota fazem o filme decolar, e o desenrolar da narrativa conquista o espectador, graças a uma séries de ótimas gags, diálogos afiados e personagens bem desenvolvidos. Ao mesmo tempo, a produção discute com ternura e pertinência a questão do choque cultural entre os dois pólos de protagonistas da produção, sem nunca soar pedante ou mesmo tentando compensar o roteiro para um lado ou para o outro. O texto do filme se mantém neutro e fiel à essência de seus personagens, e só quem tem a ganhar com isso é o público, que acaba por ser presenteado com um filme delicioso e que mesmo com suas exageradas duas horas de duração, nunca chega nem perto de cansar o espectador.

Doentes de Amor é uma comédia com alma e coração, recheada de um ótimo senso de humor, que sempre flerta com a delicadeza e nunca com a grosseria, coisa tão comum nas comédias lançadas hoje em dia, inclusive as românticas. Uma produção que aborda seus personagens reais de maneira honesta, sem nunca perder o tracking de onde seu esperto roteiro quer levá-los.

Doentes de Amor estreia nos cinemas brasileiros no dia 12 de Outubro.

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Respostas de 2

  1. Filme fraquinho, previsível, com muitos “clichés” e atuações também bastante fracas da dupla protagonista, sobretudo de Kumail Nanjiani. A nível de comédia o filme não funciona, as piadas são de fraco nível e não fazem rir nem sorrir. A nível dramático o filme também não funciona, pois o “tom” do mesmo é muito leve. A nível de romance, a “química” entre o ator Kumail Nanjiani e a atriz Zoe Kazan não funciona, deixa muito a desejar. As cenas de atuação dos comediantes, Kumail e seus amigos, são do mais fraco que já vi deste género. Quanto ao facto do filme se ter inspirado (eventualmente) numa história real, penso que foi “jogada” de marketing, pois quase tudo no filme se apresenta extremamente inverosímil. Não está aqui em causa o facto do ator Paquistanês do filme ter uma namorada ou esposa norte-Americana e eles terem escrito em conjunto o argumento do filme, mas é muito pouco credível esse argumento ter sido fiel à realidade. O melhor do filme ainda são as cenas com Holly Hunter e Ray Romano, que se destacam no meio de tanta mediania e até mediocridade.

  2. Não é um dos meus gêneros preferidos, mas a historia foi muito interessante. É uma história muito diferente e original, o filme superou as minhas expectativas, o ritmo da historia nos captura a todo o momento. O ator, Kumail Nanjiani é excelente! Sua comédia é natural e ele é autêntico. Seu trabalho de dublagem também é ótimo, em Lego Ninjago é sensacional! É um dos filmes mais divertidos que já vi. Recomendo que o veja em: https://br.hbomax.tv/movie/TTL612336/Lego-Ninjago-O-Filme é um filme para desfrutar. Gostei muito como se desenvolve a história, o roteiro é muito divertido para pequenos e grandes, em todo momento nos fazem rir. É um filme que sem importar o estado de animo em que você se encontre, irá lhe ajudar a relaxar um pouco.

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