Crítica: Próxima Parada: Apocalipse (How it Ends) | 2018

A toda-poderosa Netflix continua a desenvolver os chamados blockbusters para a telinha à todo vapor. Desde o lançamento da sci-fi de ação Bright, protagonizada pelo astro Will Smith (e cuja crítica você também pode conferir aqui no Portal do Andreoli), o selo tem investido cada vez mais na vertente dos filmes-evento, e o mais recente exemplar da categoria a chegar ao público é este thriller apocalíptico Próxima Parada: Apocalipse (How it Ends, EUA, 2018), produção que gira em torno de um misterioso evento apocalíptico que se espalha principalmente devido à falta de informação e violência, onde um homem e seu sogro precisam atravessar um país mergulhado no caos para salvar sua esposa, que está grávida.

O astro da franquia Divergente, Theo James, interpreta o protagonista, Will, que calhou de estar do outro lado do país, longe de sua esposa grávida, quando o misterioso evento apocalíptico se espalhou pela nação. Com a ajuda de seu sogro, Tom (o sensacional Forest Whitaker, de O Último Rei da Escócia), que estava afastado da família e que por sua vez revela-se um homem prático e calculista, Will embarca em uma perigosa jornada através de um país devastado, com a esperança de assim reunir sua família.

Eu sou fã declarado do subgênero do cinema sobre o final dos tempos. Talvez por isso eu tenha dado mais crédito ao filme do que ele realmente merece. Narrativamente, Próxima Parada: Apocalipse não traz nenhuma novidade, mas o cuidado com os personagens garante pontos extras ao filme. A direção precisa e econômica de David M. Rosenthal (do excelente A Single Shot, 2013) e o roteiro direto do estreante Brooks McLaren favorecem o ritmo da produção, que segura o espectador até os créditos finais. Sem falar que é sempre divertido assistir ao sensacional Forest Whitaker em cena, principalmente quando ele coloca a habitual simpatia de seus personagens de lado e encarna um badass total.

Em Próxima Parada: Apocalipse, o ator vencedor do Oscar interpreta aquele típico personagem durão e sangue-ruim que o público ama odiar, que funciona como o fiel da balança da narrativa. Um homem violento e amargurado, que vê na difícil jornada à sua frente uma derradeira oportunidade de se redimir como ser-humano e como pai. Como comentei anteriormente, o filme não apresenta nenhuma novidade ao tema do Fim do Mundo, mas o mistério envolvendo a natureza do desastre garante suspense e intriga ao filme, o que possibilita a Rosenthal e Brooks amarrarem bem os momentos finais da produção.

Mesmo reconhecendo que a era dourada dos arrasa-quarteirões apocalípticos ao estilo Independence Day e Armageddon já morreu faz tempo, este Próxima Parada: Apocalipse acaba sendo um bem-vindo respiro para os fãs deste subgênero, nem tanto pelo apocalipse que retrata, mas sim pelo cuidado no desenvolvimento de seus personagens centrais, evidenciando que não importa o tamanho do desastre, mas sim o drama humano ao seu redor. Em 2013, uma outra produção sobre o mesmo tema, porém de menor orçamento, As Horas Finais (The Final Hours), também valorizou o elemento humano em meio ao Fim do Mundo e me marcou bastante. O filme também está disponível na Netflix. Fica a dica.

Próxima Parada: Apocalipse estreia no catálogo da Netflix HOJE, dia 13 de Julho.

11 respostas

  1. Eu adoro filmes desse gênero, mas este foi mais uma decepção. Eu achei o filme bem fraco, com personagens sem estrutura nenhuma, um enredo sem desenvolvimento e nenhum Plot. Para ser sincero vou falar que o a construção do roteiro e dos personagens junto ao desfecho são uma bosta. Engraçado que sempre filmes ruins e mal construídos a crítica adora.

  2. Mas gente… lendo essa crítica tenho a ligeira impressão que assistimos a filmes diferentes!! Este provavelmente foi O PIOR FILME QUE JÁ VI NA VIDA!
    “(…)possibilita a Rosenthal e Brooks amarrarem bem os momentos finais da produção.” Que momentos finais? O filme não tem final! Nem dá pra dar spoiler, porque o filme não termina. É como se estivessem esquecido de disponibilizar a última parte!
    “(…) cuidado no desenvolvimento de seus personagens centrais”. Oi? Mas eles mal se falam!! Que desenvolvimento? E que confusão de personagem entrando e saindo da trama sem explicação? E a quantidade de eventos acontecendo sem explicação alguma?
    Olha, até me desculpe a forma de dizer, mas eu assisti a esse filme ontem e eu ainda estou me sentindo revoltada em ter perdido tempo com isso!

  3. PODE CONTER SPOILER ! ! !
    Fico na dúvida se recomendo ou não esse filme… Pois ele é um filmes mediano..só msmo pra passar o tempo.. com enredo nada inovador, alguns clichês (a relação entre o protagonista e o sogro )..mas a ambientação é bem explorada, e o espectador consegue se conectar a esse mundo (principalmente se VC for fã do gênero), mesmo que a relação entre os personagens não seja bastante/bem explorada ..
    Existem cenas de drama, luta corporal, explosões, perseguição d carro, tiros..tudo q manda o script..

    Um ponto que eu considero positivo é a não explicação do motivo/causa do início de todo o caos.. Induz o espectador a levantar várias hipóteses sobre a causa, (e deixa espaço para desenvolver as relações humanas, de forma concentrada..o que não ocorre no filme :/ ) deixando um ar de mistério e tbm contribui p prender a audiência..

    Quem curte ler mangás vai gostar da obra “Dragon Head”. Ele trata do msmo tema do filme mas tem uma absurda superioridade no quesito desenvolvimento da história (nota 10/10 , vale à pena conferir)

    O que surpreende nesse filme é o péssimo desfecho da trama ..
    Não sou produtor ou diretor de cinema, mas acho que conseguiria fazer algo melhor rs

    Ele poderia terminar sem a explicação dos eventos, mas não daquela forma..

    Resumindo: se VC tem tempo ocioso e quer sentir o ambiente de um mundo apocalíptico..ASSISTA o filme.
    Se VC deseja uma trama envolvente, com complexa interação entre personagens..NÃO assista o filme.

    Quer assistir um ótimo filme do gênero pré/pós apocalíptico?

    ➡ ” As Horas Finais (The Final Hours) “. ⬅

    Ele não teve muita divulgação mas é infinitamente melhor que o “Próxima Parada:Apocalipse”..
    ..se bem que não é necessário muito esforço.. rs

  4. O filme não é ruim, mas também está longe de ser algo memorável dentro do gênero, que passa por certa inflação de produções. Vale principalmente por Forest Whitaker. A fotografia também me chamou a atenção. O ritmo meio lento e a ausência de explicação para a catástrofe tenta criar alguma tensão, porém os lugares comuns logo aparecem. Alguns personagens e situações poderiam ser melhor construídas, em especial, a da garota indígena. O final inconclusivo, de que muita gente reclama, dá uma impressão de que o filme foi piloto de seriado, ou pelo menos teria uma sequência… Se for o caso, que tenha um roteiro mais consistente. Sem a presença poderosa de Whitaker a trama perde parte do interesse, embora fique a curiosidade a respeito do que causou o cataclismo e, sobretudo,como o casal vai lutar para sobreviver com um filho a caminho nesse contexto hostil.

  5. O personagem do Forrest é exatamente aquilo que todo pai deveria ser. Não vi nada nele repreensível. Minha filha mora na Austrália e eu iria lá nadando se fosse preciso, para protegê-la.

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