O mundo reverenciou Ronaldinho Gaúcho ao longo dos últimos dias. O estampado prazer de ter sido amigo, parceiro, adversário ou simplesmente admirador. Em um futebol cada vez mais “força” e menos habilidade, ele foi um dos últimos gênios que pudemos acompanhar.
Ronaldinho Gaúcho não fazia da bola uma ferramenta. Ela era quase a extensão do próprio corpo. Um artista, um autodidata dos campos, capaz de jogadas que desconcertavam a marcação adversária ou mesmo o narrador de suas genialidades. Pena que acabou.
O gênio que nasceu em 21 de março de 1980, em Porto Alegre, chamado Ronaldo de Assis Moreira, virou Ronaldinho Gaúcho para o mundo da bola, virou “bruxo”, um apelido perfeito se puxarmos pela memória seus lances de arrepiar, de encher os olhos, mesmos olhos que agora não seguram as lágrimas.
Não foi ele quem comunicou o adeus. Talvez seria dolorido e doloroso demais dizer adeus ao gramado, a arquibancada, a bola. Desde 2015 ele não jogava uma partida oficial. Era o fim anunciado, mas nunca esperado. Acabou. Que pena. O anúncio coube ao irmão e empresário, Assis, que também jogou futebol. Não como o gênio Ronaldinho.
Ele tem 37 anos de idade. O corpo já não obedece a cabeça. Seu último clube, o Fluminense. Não foi o que já foi um dia. Nove partidas em 2015. E a rescisão do contrato. Não importa. Não é essa a imagem que fica.
O embaixador do Barcelona representa o clube espanhol em jogos por aí, junto com outros jogadores que passaram pela equipe.
Ele foi o melhor do mundo duas vezes. Em 2004 e 2005. Não é pra qualquer um. Entre os muitos títulos, ganhou a Libertadores de 2013 com o Atlético Mineiro, a Liga dos Campeões da Europa 2005/06 com o Barcelona, a Copa do Mundo de 2002 com nossa seleção.
Para alguns ídolos, deveria haver uma regra. Proibido envelhecer.
Pena que não é assim. E Ronaldinho Gaúcho será só uma lembrança. E que lembrança.
Não dá pra escolher um gol bonito para resumir essa carreira brilhante. Foram muitos. Já da saudade dos velhos tempos.
Já da tristeza de saber que acabou.
É hora de agradecer por tudo o que o bruxo fez em campo. Ele foi demais. Ronaldinho, de novo? Só depois da Copa do Mundo da Rússia. Serão seus jogos de despedida. Obrigado, Ronaldinho, só sorriso fácil, do futebol divino.