Os remotos tempos de uma escravidão absurda que sufocava sonhos e autonomia, o Brasil deixou para trás, desde a Princesa Isabel. Um ato sensato que, imagina-se, mudou a vida de milhares de pessoas neste Brasil continental. Certamente que sim. Foi uma vitória da liberdade. No futebol, a “Lei Áurea” parecia ter sido proclamada através da “Lei Pelé”. Mas, ao contrário, continuamos a vivenciar “escravos” no mundo da bola.
Gustavo Scarpa foi uma aposta do Palmeiras para esta temporada. O Palmeiras foi uma aposta do jogador. Claro que ainda não havia conquistado a posição de titular. Mas desde que chegou a equipe alviverde, alternou bons momentos, belos gols. Enfim, estava escrevendo sua história, com dignidade, respeito, profissionalismo e, também, com o amparo da lei. Mas um “golpe das canetas” de algum juiz de plantão e o sonho virou um pesadelo com dimensões ainda difíceis de imaginar. Um imbroglio judicial vai mudar o destino dele.
O BID – Boletim Informativo Diário da Confederação Brasileira de Futebol publicou, na última sexta-feira, a quebra de vínculo do jogador Scarpa com a Sociedade Esportiva Palmeiras, clube que ele decidiu defender após rompimento do seu contrato com o Fluminense.
A rescisão imposta o obriga a voltar a equipe carioca, cujo vínculo foi reativado “a fórceps”.
O atleta havia requerido na justiça o direito de deixar o Fluminense, há alguns meses, após o atraso no pagamento de seus vencimentos. Ganhou esse direito, mas o clube recorreu. Assim, de maneira prática, o jogador está fora do jogo contra o Novorizontino, pelas quartas de final do Campeonato Paulista e, claro, pode ter prejuízo ainda maior na carreira, e com sua própria imagem, até que os tribunais decidam o fim dessa batalha.
Com a liminar caçada, de prático, é possível afirmar que o antigo vínculo está valendo. Até setembro de 2020, Scarpa será jogador do Fluminense. Mesmo contra sua vontade.
Os advogados do jogador prometem recorrer. O Palmeiras faz silêncio. Gustavo Scarpa ainda não comentou. E a bola segue fazendo vítimas de uma escravidão velada. Mudaram-se as leis, mas as cabeças, não. E a liberdade parece mesmo, uma utopia.
Uma resposta
Mais uma canetada e o senhor de engenho perpétua a escravidão. Toda razão. Um clube q se mantém graças a uma agiotagem oficial se beneficia da lei p trazer um jogador de graca de outro time. O empresário do jogador ganha, o próprio Scarpa vai levar o dele (provavelmente parte q o fluminense receberia em um acordo), e o Palmeiras espertamente fará uma economia do custo da compra do jogador. Não sou a favor de não pagar o jogador, ou qualquer um q trabalha, mas muito inocente da sua parte (ou talvez um vies), achar que o fluminense não iria lutar pelo q investiu no jogador desde as categorias de base. Da mesma forma q o Scarpa, o fluminense tb está dentro da lei. Nesse caso não tem nenhum mocinho. O correto seria desde o ano passado clubes, jogador e empresários entrarem em um acordo p resolver a situação, e não espertalhões acharem q estão imunes a tudo. O comentarista deve ter o seu time, mas deve se manter isento. Saudações volta da credibilidade do futebol.