As finais dos campeonatos estaduais, disputadas neste domingo, causaram fortes emoções aos torcedores de alguns dos principais clubes do Brasil, mas queria destacar especialmente a tensão vivida pelos os simpatizantes de dois times considerados pequenos: Novo Hamburgo e Salgueiro, de Pernambuco.
A equipe do interior do Rio Grande do Sul conquistou o título do Estadual pela primeira vez na sua história após bater o poderoso Internacional, nos pênaltis (3 a 1), depois de empate no tempo normal em 1 a 1 – em Porto Alegre, houve igualdade em 2 a 2.
Em que pese a pisada na bola do árbitro Leandro Vuaden, que não marcou pênalti claro do zagueiro Léo, do Noia, sobre o atacante Brenner, não podemos tirar os méritos da equipe de Novo Hamburgo. O time fez a melhor campanha da primeira fase e eliminou o Grêmio na semifinal da competição. O Inter capengou durante a competição – se classificou em 7º lugar para as quartas – e sofreu para superar o Caxias na semifinal. Portanto, a torcida do Novo Hamburgo merece parabéns!!!
Em Pernambuco, nada está definido, mas os simpatizantes do Salgueiro, time do sertão, têm muito o que comemorar. A equipe arrancou um empate diante do Sport, na Ilha do Retiro, e vai para a segunda partida da decisão com a chance de levantar a taça.
Mas o grande detalhe do jogo foi o polêmico pênalti marcado para o Salgueiro, aos 48 minutos do 2º tempo, quando o meio-campista Toty foi derrubado na área. O árbitro José Woshington ficou em dúvida e decidiu recorrer ao árbitro de vídeo Péricles Bassols. Era a primeira vez na história do futebol brasileiro que o recurso seria utilizado. E foi uma confusão só.
Após oito minutos de análise das imagens à beira do gramado, com o cronômetro marcando 56 minutos, o árbitro voltou para confirmar a penalidade. E foi, claro, xingado de “ladrão” pela torcida do Sport. De qualquer forma, o Salgueiro aproveitou o pênalti e empatou a partida. Agora, a finalíssima será realizada na cidade de Salgueiro, mas somente no dia 18 de junho, porque o Sport está com calendário apertado pro disputar simultaneamente cinco competições (Campeonato Pernambucano, Copa do Nordeste, Copa do Brasil, Copa Sul-Americana e Brasileirão). Quanta organização, não?!
Bem, claro que não poderia deixar de falar do Corinthians, campeão paulista pela 28ª vez na sua história após uma final emblemática diante da Ponte Preta, exatamente 40 anos depois que o time saiu de uma fila de 23 anos, contra a mesma Ponte. Aquele título que eternizou Basílio, o Pé de Anjo, na história do Corinthians e do futebol brasileiro.
Gostaria de destacar como heroi dessa conquista um jogador que é constantemente ridicularizado por torcedores adversários e até por corintianos. Aquele que quase ninguém lembra quando pensa em reforços para o seu clube, mas que está sempre deixando a sua marca: Romero.
O atacante paraguaio pode até perder vários gols e ser um tanto quanto grosso de bola, mas não dá pra discutir a estrela do rapaz. Ele é o artilheiro da Arena Corinthians e, agora, deixou a sua assinatura na história do clube ao marcar o gol do primeiro título conquistado pelo clube em uma final disputada no estádio de Itaquera. Não é pra qualquer um. Me lembra um pouco da implicância do palmeirense com o centroavante Oséas que, mesmo após ter feito os gols mais importantes da história do clube – na final da Copa do Brasil de 1998 e da Libertadores de 1999 –, ainda era rejeitado por parte da torcida.
No Rio, o Flamengo confirmou a superioridade que tem sobre os rivais cariocas e levantou a taça do Carioca pela 34ª vez. Zé Ricardo mostra que já é uma realidade dessa nova safra de treinadores. Assim como Fábio Carille, do Corinthians. E o que dizer do Atlético Mineiro, que fez 3 a 1 no forte Cruzeiro? O Galo chega forte para o Brasileirão e é candidato ao título da Libertadores.
Para finalizar, destaco o título da Chapecoense, em Santa Catarina. Foi emocionante ver a equipe levantar a taça na Arena Condá poucos meses depois da tragédia mudou os rumos do clube e fez o mundo chorar. Não iremos mais esquecer aquele 29 de novembro de 2016, data da queda do voo que levava o time para a decisão da Copa Sul-Americana diante do Atlético Nacional, em Medellín, na Colômbia.
A Chape tinha a vantagem depois de vencer o Avaí na primeira partida da decisão catarinense e, mesmo derrotada neste domingo por 1 a 0, conquistou o bicampeonato estadual pela primeira vez na sua história – no total, a Chape tem seis títulos em Santa Catarina. Houve discursos de sobreviventes do voo da Lamia e diversas homenagens. Todas merecidas. A Chapecoense está mostrando que não deixará esta tragédia prejudicar o futuro do clube.