Fábio Muniz: A vida segue. E a guerra continua…

Bom dia meus amigos queridos!

Eu sei. A vida segue. E a guerra continua…

A situação da Ucrânia parece não ter fim. Não há sinais de algum acordo.

O fato é que a vida segue. E os refugiados ucranianos aguardam e aguardam…

A guerra continua.

É obvio que os acontecimentos em Kiev já não tomam mais as nossas primeiras páginas de notícias. Vivemos um momento tecnológico onde somos bombardeados diariamente com informações de todos os lados e de todas as partes.

Nos esquecemos rapidamente dos fatos. Somos distraídos facilmente por qualquer vento de notícia.

A vida segue, mas a dor do conflito na Ucrânia continua, a separação das esposas dos seus maridos que estão na linha de frente da batalha não mudou, as crianças que não estão indo para a escola, seguem sem ir para a escola. Não brincam nos parques de Kiev, não dão risadas, não correm com liberdade e não visitam os seus avós.

Os idosos não se adaptarão jamais em uma terra que não é a sua, um idioma que não é o seu, uma cultura que é alienígena. Por outro lado, os mais jovens estão grávidos de uma esperança que frequentemente fazem eles pensar que em dois ou três meses poderão retornar ao seu país.

A guerra continua!

O fato é que eu e a Johnna seguimos acompanhando a esperança e dor de muitos destes ucranianos. Alguns deles já voltaram para a Ucrânia porque dizem que não faz mais sentido viver longe do seu país. Outros começam a planejar o retorno no máximo até Julho, pois a distância dos seus esposos e a aflição de estarem longe tem se tornado inegavelmente insuportável.

Apesar da guerra continuar, eles querem voltar.

Ora, enquanto a vida segue, e a guerra continua, buscamos com gestos singelos minimizar os traumas e impactos gerados nas famílias que vivem em Lyon e cruzam com a nossa jornada.

Brunch no Café Perl (Lyon, França): 30 pessoas entre ucranianos, voluntários, líderes de ONG’s e de igrejas vieram e participaram.

Nós temos muitos parceiros na cidade para desenvolver atividades de âmbito cultural. No mês passado fui até um destes parceiros, o Café Perl, e propus uma parceria diferente com a nossa organização nos Estados Unidos.

Eu sugeri patrocinar um “brunch” onde poderíamos colocar todos juntos: famílias ucranianas, alguns líderes religiosos de Lyon, outros líderes de ONG’s e sobretudo muitos dos nossos voluntários.

O objetivo era passar um tempo juntos, brincar com as crianças, oferecer ainda que seja o silêncio como companheiro para muitos dos idosos que compartilham os seus projetos conosco, e de como era Kiev antes da guerra.

Isto posto, o meu coração se encheu de alegria quando o Café Perl topou fazer este “brunch”. Eu fiquei feliz que a resposta foi positiva. Estavam líderes, voluntários, famílias ucranianas, gente que representava a França, Brasil, Estados Unidos, Índia, Itália, e a lista de países seguiria…

Enquanto a guerra continua, o nosso esforço singelo busca acolher, ouvir, encorajar, trazer uma palavra de esperança, e sobretudo, estar presente.

Desejo a todos vocês uma ótima semana!

Até a próxima.

Fábio Muniz

Collonges-au-Mont-d’Or

**O conteúdo e informação publicado é responsabilidade exclusiva do colunista e não expressa necessariamente a opinião deste site.

Imagem: Arquivo pessoal do colunista

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