Fábio Muniz: O que você acha de começar com simples e pequenos passos…

“Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e de repente você estará fazendo o impossível”. São Francisco de Assis

Bom dia meus queridos amigos!

Qual foi a primeira coisa que você fez ao abrir os teus olhos nesta manhã? Você foi verificar o teu WhatsApp, e-mail ou Facebook? O teu celular foi o primeiro objeto que você procurou?

Eu sei. Eu sei…

Eu também já fiz isto. Centenas de vezes eu já abri os meus olhos no escuro do quarto, tomei cuidado para não acordar a minha esposa com a luz do celular, e fui ler e-mails e mensagens no WhatsApp…

Aliás, será que realmente sabemos o mal que fazemos ao receber a tal luz cortante dos nossos telefones para dentro dos nossos globos oculares? Mesmo assim, fazemos e não poupamos os nossos olhos de receber esta “primeira visita”  num dia que mal acaba de começar.

Ora, eu estou dizendo isto porque todos nós vivemos vidas muito ocupadas, fazemos escolhas, e a vida nos empurra para outras escolhas que tem a ver com agendas cheias de compromissos, reuniões on-lines, reuniões na escola dos filhos, reuniões de negócios, reuniões na igreja…

De modo que o vai-e-vem da vida impõe um ritmo tão alucinante que cada vez mais nos damos conta que nos falta tempo para um café da manhã com o filho que está na iminência de se formar na universidade, nos falta tempo para uma conversa com a filha que está começando a receber influências externas na escola e de outras amiguinhas, nos falta tempo para uma conversa com a esposa ou esposo sem olhar para os textos do celular…

Você já se se pegou dizendo ao seu marido algo assim: “Amorzinho, agora não posso responder porque estou terminando de escrever uma mensagem”. Você já ouviu a tua esposa perdendo a paciência, e dizendo: “ De novo, este celular?! Será que você pode parar um minuto de olhar para ele?!”

Na realidade nos preocupamos com reuniões, com agendas, com múltiplos compromissos, e não nos damos conta dos vulcões psicológicos que estão explodindo dentro de nós. E mais ainda: Você já se pegou preocupado e pensando: “O que estão pensando de mim?” “Será que ele gosta de mim?” “Será que ela vai com a minha cara?” “Será que eles me admiram?”

Muitos “será que isto ou será que aquilo outro…”

Pois bem, eu sei que estou falando com você. Estamos no mesmo barco.

Eu, você e “toda” a torcida do Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Vasco e Flamengo juntas…

Isto posto, eu te trago para a realidade que tem a ver com a tua casa e com a minha casa também. Uma realidade que tem a ver com os teus filhos, mas com as minhas filhas também. Uma realidade que tem a ver com as pessoas mais importantes da tua vida, e da minha vida também. Que são elas? Quem são as pessoas mais importantes para você?

Ora, antes que tudo se torne um grande álbum de família em preto e branco, e as memórias sejam apenas páginas velhas de folhas secas, eu te convido a viver o dia chamado hoje, e o momento chamado agora para que escolhas sejam feitas…

Por exemplo: Eu e a minha esposa celebramos 10 anos de casados. São 10 anos de casados e 12 anos que nos conhecemos. São quase 10 anos que não viajávamos sozinhos. Aliás, nestes últimos 10 anos viajamos muito, moramos juntos em muitas cidades, trabalhamos e organizamos dezenas de projetos juntos, mas pouco tempo tivemos para nós mesmos.  Somente para nós? Sim! Somente para nós. Muito tempo para os outros e com os outros, e sobretudo, para e com as nossas filhas que amamos….

No entanto, se você é pai ou mãe sabe muito bem do que eu estou falando. E no nosso caso, o fato de termos feito a escolha de viver longe dos nossos familiares, a tal escolha fez com que as dificuldades de estarmos juntos “para nós mesmos” se exacerbassem…

Há 3 semanas eu fui aos Estados Unidos trabalhar. Foi na Flórida onde a minha sogra me convenceu que ela poderia cuidar das meninas para que eu e a minha esposa comemorássemos o nosso aniversário de casamento. E ela me convenceu!

Percebi que devido o ano sem precedentes da era COVID, eu não havia utilizado nenhum dos milhares de pontos acumulados que literalmente eu tinha.

Pois bem, o fato da Johnna ter crescido em uma cidade norueguesa, resolvi buscar um hotel em Oslo e outro em Bergen. Não lhe disse para onde iríamos, e portanto, foi somente na troca dos nossos aviões em Frankfurt que ela descobriu o destino final. Os nossos 3 dias na Noruega pareceram 3 semanas. Os nossos 3 dias na Noruega nos levaram de volta à um tempo que não tínhamos agenda, mensagens no WhatsApp para responder e tampouco o compromisso de levar e buscar as crianças na escola. Pausa merecida. Hiato importante para voltar à realidade do dia a dia e das dezenas dos compromissos que nos aguardam na semana que vem.

Não são todos os dias que podemos fazer uma surpresa desta natureza. Mas, podemos SIM fazer a “surpresa” de um pique-nique singelo com a família.  Podemos SIM escolher tomar um bom café com a filha antes de sair ao trabalho pela manhã. Podemos SIM escolher assistir a apresentação do filhão na escola. Podemos SIM escolher uma ida ao parque com a esposa e escolher SIM desligar os celulares. Podemos SIM escolher…

Eu espero que você escolha o dia chamado hoje para investir naquilo que vale mais do que qualquer agenda ou reunião de sucesso empresarial…

Um beijo grande a todos vocês.

Fábio Muniz

Em algum lugar entre Amsterdam e Lyon enquanto voltamos para casa.

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