Fábio Muniz: Por que os meus “irmãos-pagãos” vieram da Pérsia visitar o menino Jesus?

Bom dia meus amigos!

Cada vez mais nos aproximamos do dia 25 de dezembro, e hoje eu escolhi escrever sobre um dos temas mais fascinantes nos Evangelhos. Aliás, na minha opinião é um dos relatos mais extraordinários das Sagradas Escrituras e um dos relatos mais “fora da caixinha” do ponto de vista da religião.

Ora, eu estou falando dos meus “irmãos-pagãos” que na subjetividade intuíram, creram e caminharam quilômetros e quilômetros para visitar o menino Jesus naquela manjedoura há 2000 anos…

Vocês sabem de quem eu estou falando. Não sabem?

Já até sei qual será a tua próxima pergunta…

“Fábio, afinal eles eram três?”

É claro que estamos falando dos reis magos…

A resposta é: “pode ser”. A resposta é: “não”. A resposta é: “não sei”. A resposta é: “pouco importa”…

Na realidade, não está escrito em nenhum lugar que eles eram três indivíduos. Diz a tradição que eram três. No entanto, o relato que temos nos mostra que eles trouxeram ouro, incenso e mirra para presentear aquele que seria o rei dos judeus.

Pois bem, o que sabemos destes magos ou sábios do Oriente? Quem eram os persas?

Resumindo rapidamente, os persas comparando com os outros povos existentes da jornada e exílio judaico foram os mais inteligentes, os mais sábios, os mais espirituais. Na semana passada eu assisti um documentário sobre o domínio persa que precedeu os gregos de Alexandre, o Grande. Eu recomendo que você faça uma viagem por alguns destes documentários do History Channel porque de fato o que se sabe dos persas é extraordinário.

E afinal, eles eram astrólogos ou astrônomos?

Eles eram os dois! Isto mesmo…

De fato, hoje temos a astrologia ligada ao esoterismo e a astronomia ligada a ciência. Todavia, naqueles dias astrologia e astronomia pertenciam a mesma categoria.

Dito isto, estes indivíduos eram capazes de interpretar os solstícios, os movimentos dos corpos celestes que alteravam o ritmo do planeta, faziam com que existisse mais fertilidade, influenciavam o mundo animal tanto quanto o desejo das mulheres darem à luz, mas também percebiam que os mesmos corpos celestes poderiam ser “cartas” escritas sinalizando o nascimento histórico de alguns indivíduos que poderiam mudar o curso da nossa existência e história.

Ora, o fato é que estes magos discerniram o “google maps” há 2000 anos olhando para as estrelas literalmente. Eles discerniram o advento que mudaria a história da civilização humana em duas partes: antes de Jesus e depois de Jesus. Eles discerniram sem livros inspirados, e sem profecias o que nenhum daqueles que estudavam o livro, e sabiam as profecias discerniu: O nascimento do Messias.

O que fez com que estes persas viessem até Jerusalém? O que fizeram com que estes persas viessem visitar “antigos escravos”, pois os judeus tinham sido escravos dos persas 300 anos antes do nascimento de Jesus…

Pois bem, o que sabemos é que eles vieram do Oriente. Vieram da Pérsia. Vieram do Iraque ou Irã…

De modo que pouco importa a específica localização geográfica destes homens e tampouco se eram três, quatro ou cinco. O que de fato é inegavelmente extraordinário é perceber que eles viajaram por dias, por semanas, e por meses…

E como isto aconteceu? E por que?

Eles seguiram uma estrela, ou viram um cometa, seguiram algo alienígena no céu, ou viram um destes corpos celestiais brilhantes que estavam acostumados a estudar.

No entanto, tudo isto é um mero detalhe…

Ora, o que importa é saber que eles estavam sensíveis o suficiente para abrigar a revelação que um menino iria nascer, um filho seria nos dado, e o poder estaria sobre os seus ombros, e se chamaria: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.

Mas, eles não sabiam nada de Jeremias, Miquéias, e tampouco de Isaías…

Você vai me dizer: “Que viagem maluca é esta, Fábio?”

De fato, eu estou de acordo com você. Parece algo muito maluco…

Uma estrela, uma explosão da revelação de Deus no coração de persas, chamados magos ou sábios…

E não pára por aí: camelos, quilômetros de distância, nenhuma informação, nenhum GPS, nenhum profeta para dizer “Assim diz o Senhor…”

Nenhum rolo, nenhuma escritura, nenhum livro…

Nada!

Absolutamente a mera e divina intuição…

A intuição inexplicável que dizia que a paz na terra seria real no meio dos homens de boa vontade. A intuição que fez com que uma voz no cerne do ser anunciava-lhes que o rei dos judeus nasceria.

Você já sentiu alguma intuição que te levou a gerar uma ação de generosidade? Você já foi levado a começar a conversar com alguém ou ligar para alguém intuindo que este alguém precisava de uma palavra de consolo? Você já foi levado a interromper um amigo que estava falando e ofereceu-lhe um abraço fraternal?

É deste tipo de intuição que nos leva a fazer os movimentos súbitos e inimagináveis, mas em nome do amor.

O irônico que a “inocência” dos meus irmãos-pagãos persas foi pensar que o rei Herodes se alegraria com o nascimento de Jesus. Você pode imaginar a conversa?

  • “Rei Herodes, chegamos! Que privilégio seguir esta estrela. O rei dos judeus vai nascer exatamente no teu território, em Belém!!”
  • “Rei dos judeus?” Pergunta o rei Herodes com o mesmo ódio que lhe fazia matar mulher, amigo, filho ou qualquer um que fosse potencial e suficientemente capaz de ocupar um posição de príncipe no seu reinado.

 A intuição do rei foi para matar. A intuição dos religiosos, acadêmicos e teólogos foi para ignorar.

Na realidade o Natal nos ensina que Deus se revela a quem Ele quer e como Ele quiser. Nós temos que dormir com este barulho. Simples assim.

Até porque Jesus nasceu judeu, mas não assumiu nenhum papel no Judaísmo. Jesus nasceu e assumiu ser o Cristo de Deus, mas jamais puxou o assunto para fundar uma religião que se chamaria Cristianismo.

A história dos magos nos ensina sobre a liberdade de Deus mostrando o caminho a quem Ele quer, e sobretudo, fora do livro…

A história dos magos nos ensina que a profecia estava contida nos rolos, pergaminhos, sinagogas e no próprio livro, mas a revelação divina transcendeu o academicismo teológico…

E olha que eu sou apaixonado por teologia!

Olha que em casa a minha esposa está se formando doutora em um dos seminários mais prestigiados do mundo: Fuller Theological Seminary

E o que significa isto? Nada e tudo!

Tudo porque ela tanto quanto eu temos acesso as milhares de páginas acadêmicas e teológicas que são consideradas uma das melhores formações do mundo.

No entanto, não significa NADA!

Porque se a revelação não explodir nos nossos corações e se não andarmos de Jerusalém até Belém. Se não lermos no livro e depois nos prostrarmos e adorarmos o menino Jesus; ficaremos na letra, ficaremos engessados no conhecimento, ficaremos emburrecidamente narcisistas lendo, lendo, decorando e não vivendo o real e verdadeiro sentido do Natal.

Eu teria muito mais para dizer e escrever, mas acho que posso ficar por aqui…

Posso?

Siga a estrela neste Natal. Siga a intuição do amor que não transgride jamais. Siga a intuição do bem neste Natal. Siga a intuição da paz. Siga o movimento da bondade. Siga o bem, e jamais o ódio. Siga a fraternidade e tenha um ótimo Natal!

É o que desejo a vocês todos. Até a próxima.

Fábio Muniz

Paris, França

4 respostas

  1. Pois é meu amigo Fabio chamaria essa excursão real dos Magos de Missão Melquisedeque II. Que revelação linda e maravilhosa de Deus. Isso me remete ao grande dito popular: “Só vê estrelas quem olha para o céu!”.

  2. Cada Natal ,q vivemos e que comemoramos,possamos aprender com o aniversariante Jesus Cristo,que o maior dom e o AMOR.
    Em Hebreus 13 vers.1 que seja constante o AMOR fraternal..
    E vers.8 JESUS CRISTO ONTEM E HOJE É O MESMO ,E O SERÁ PARA SEMPRE.
    DEIXO AQUI UM FELIZ NATAL…COM AMOR E MUITA FRATERNIDADE,A TODOS QUE PARTICIPAM DESTA COLUNA MARAVILHOSA…QUE CADA SEMANA NOS ENSINA A VIVER COM SABEDORIA.
    BEIJOS A TODOS ……

    1. É verdade…
      A mensagem é uma só: a mensagem do Amor. Que possamos celebrar com o Papai Noel, o presépio, os presentes, as lindas músicas natalinas, árvore de Natal, mas não esquecer do aniversariante desta data tão querida.
      É o que desejamos a todos : Um Feliz Natal!!
      Fábio

  3. Marcelinho,
    Que maravilha!
    Achei fascinate…
    Poderíamos escrever um livro sobre o tema com o título “Missão Melquisedeque II”
    E que lindo o que você escreveu. Que possamos ter os olhos voltados para o céu para contemplar o brilho das estrelas que estão lá esperando o nosso olhar.
    Um forte abraço, meu querido amigo.
    Fábio

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