Bom dia meus queridos amigos,
Eu sempre prestei muita atenção no que Jesus disse sobre as crianças no conhecido texto do evangelista Mateus, “Deixai os pequeninos e não os estorveis de vir a mim, porque dos tais é o Reino dos céus”.
Chegamos em Lyon. A viagem foi longa. No entanto, apesar do chamado “jet lag” e da viagem cansativa, a minha filhinha Júlia chegou e começou a brincar imediatamente. Voamos de São Paulo para Lisboa, de Lisboa para Genebra, e o meu querido amigo Hepke veio nos buscar de carro. Apesar da longa viagem de avião, nos faltava ainda a viagem de carro de Genebra para Lyon. Lá estava a Júlia. Mal chegamos, ela pegou o seu carrinho elétrico e começou a dirigir!
Aliás, ela disse que faria exatamente assim. Nos últimos dias no Brasil, era a única coisa que dizia para todo mundo que encontrava “Eu tenho um carro na França, eu sinto saudades dele! ”
E mais ainda, no dia seguinte da nossa chegada, menos de 24 horas, parecia que nunca tínhamos saído do país, o seu quartinho estava tomado de playmobils e quando me dei conta, uma cidade playmobiana estava bem diante dos meus olhos!
Não precisei esperar muitos minutos para ouvir o seu convite: “Você brinca comigo, papai? ”
Pois bem, apesar de ter já entrado na rotina de agendas e dezenas de compromissos, eu parei o que estava fazendo, nos jogamos no chão e nos deixamos ser levados pela imaginação da cidade dos pequenos playmobils que sempre foi a minha paixão quando eu era criança também.
Eu já escrevi sobre a nossa dificuldade como adultos de sermos como crianças. Eu já escrevi da nossa dificuldade de sermos pais e encontrarmos tempo para brincar com os nossos filhos. Eu já escrevi sobre os desafios que hoje temos de encontrarmos tempo para se desconectar dos nossos aparelhos de telefone, redes sociais e viver ainda que sejam 15 minutos o significado de “estar presente” com aqueles que nos cercam e não viver virtualmente dentro de um mundo paralelo.
Hoje, eu quero apenas fazer ecos das simples palavras de Jesus, “porque dos tais é o Reino dos céus”. Aliás, é o Rubem Alves “Do Universo à Jabuticaba” quem menciona o fato de quando crianças somos instruídos a nos tornarmos adultos, mas quando adultos deveria existir um processo para nos ensinar a voltarmos a ser crianças.
Eu vejo toda hora gente adulta que perdeu a capacidade de sorrir. Eu vejo toda hora gente adulta que é incapaz de dançar ainda que a música seja extremamente convidativa para nos fazer mexer os braços e as pernas. Eu vejo toda hora gente adulta que se tornou ranzinza e amarga. Já não brincam mais. Já não são mais como crianças que podem até chorar, mas depois de alguns minutos não se lembram mais do choro. Já não são mais como crianças que podem até brigar com os seus amiguinhos, mas depois de alguns minutos já estão brincando de “Ciranda Cirandinha”.
Isto posto, não é à toa que Jesus evoca a ilustração de uma criança para explicar a sua audiência imediata de adultos sobre o valor de ser gente que enxerga a vida com leveza, inocência e alegria!
Eu espero que você e eu possamos viver uma semana com tal leveza e menos complicações de gente grande, “porque dos tais é o Reino dos céus”.
Até a próxima!
Collonges-au-Mont-d’Or
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Respostas de 5
Benção! Continue enriquecendo a gente com seus valiosos textos.
Maravilhoso Fabinho….
Júlia meiga….A criança sempre sempre inocente em tudo q faz e em tudo q diz.
Sds ….
Amo vocês!!!
Obrigado, Helio!
Obrigado pela mensagem. Feliz de saber que você tem acompanhado a coluna.
Espero tomar um café com você em Portugal quando você voltar para a Europa.
Um forte abraço.
Fábio
Olá Rosa,
É verdade. A criança é inocente.
A criança nos ensina que a vida pode ser vivida com passos menos corridos. A criança nos alegra com o seu sorriso.
A criança nos mostra que nós adultos somos tão complicados!
Um beijo grande. Obrigado pelo teu comentário.
Até a próxima!
Fábio