Os paradigmas mudam dependendo do contexto existencial

Meus queridos amigos,

Hoje estou em Chicago. Acabamos de passar por uma tempestade de neve.

Ontem, estávamos a zero grau. Hoje, a previsão é de menos 14 graus.

Até fevereiro, todos esperam no mínimo menos 25 graus Celsius.

E talvez você me pergunte: “Fábio, você não estava com medo da tempestade de neve?”

Depende. Sinceramente, sim e não. A cidade está absolutamente acostumada.

É verdade que um milhão de atividades foram alteradas, voos foram cancelados, aulas presenciais foram para as salas de Zoom ou Team.

No meu caso, enquanto eu caminhava na rua para ir ao auditório e fazer uma apresentação que acabou sendo híbrida (presencial+Zoom), eu vi muita gente andando “pra lá e pra cá”. Na realidade, o que mais me surpreendeu, foi observar um jovem levando para passear o seu cachorrinho no meio de um vendaval tremendo e muita neve no chão.

Pois bem, eu entendo a “normalidade” da cidade de Chicago a zero grau, porque quando os termômetros indicarem menos 35 graus, as coisas tomarão outra forma, cheiro e cor. Não será mais possível fazer tal caminhada pelas ruas e tampouco levar o cachorrinho para passear no parque.

A coragem de levar o cachorrinho para dar uma volta a zero graus.

E você me pergunta: “Fábio, o que isto tem a ver comigo? ”

É simples: Os paradigmas mudam dependendo do contexto existencial.

Um dia “normal” de inverno em Chicago.

Para nós brasileiros, é inconcebível tal descrição de inverno. Nós jamais poderemos imaginar tal cenário vivendo em um clima tão tropical.

Então, você me fará outra pergunta: “O que isto significa, Fábio? ”

Um exemplo do inverno “Narniano” de Chicago.

Ora, quando eu morei no Canadá e vi muita gente fazendo jogging, brincando na rua, andando de shorts a zero grau, eu pensei que era uma loucura! Eu tinha tão apenas o paradigma de um brasileiro, vivendo no lindo país tropical que jamais tinha visto tal cenário “Narniano”. No entanto, após ver os termômetros batendo na casa dos menos 25 graus e ter experimentado literalmente na pele a sensação de menos 38 graus em Toronto, eu entendi o porquê da “normalidade” e da alegria de poder desfrutar de uma caminhada a zero grau no inverno.

Sensação de menos 33 graus.

Parece surreal! Parece inimaginável, mas não é.

Tudo dependerá do teu paradigma, e de observar qual ponto de partida o indivíduo tem ao fazer comparações na própria existência.

Dito isto, é obvio que estou usando esta ilustração simples para dizer algo infinitamente mais profundo. Por exemplo: Os nossos paradigmas mudam quando nos casamos (pelo menos deveria!). Por exemplo: Eu acho extraordinário quando no texto conhecido sobre o amor dentro do chamado Novo Testamento, o apóstolo Paulo diz: “Quando eu era menino, falava como menino, pensava como menino e raciocinava como menino. Quando me tornei homem, deixei para trás as coisas de menino”.

Os paradigmas mudam!

Os paradigmas mudam segundo o nosso contexto existencial.

Eu jamais imaginei sentir o amor que sinto pelas minhas duas filhas. Tal sentimento só fora possível existir porque eu me tornei pai. Os meus paradigmas antes de ter a Sophia e a Júlia eram outros, hoje tudo se tornou supérfluo e passageiro quando eu olho para as minhas filhas.

Nada melhor do que usar a tecnologia para matar as saudades da Sophia e da Júlia e encontrar formas para brincar com elas.

Será que você tem chamado de importante aquilo que talvez não seja tão importante? Será que você tem feito as leituras corretas na existência a partir do teu ponto de partida?

Quais são os teus paradigmas que necessitam ser alterados?

Hoje, eu convido você para caminhar comigo nesta jornada onde temos leituras diferentes dependendo dos nossos muitos pontos de partidas e dos nossos diversos paradigmas. Todavia, há valores e conceitos que independentemente de tais pontos e paradigmas, diversidade de culturas e idiomas, permanecem os mesmos e inalterados: são eles o amor, a compreensão, a empatia, a compaixão, a amizade sincera, a generosidade e o perdão entre tantos outros valores e conceitos que você e eu poderíamos citar nesta lista.

A magia do inverno “Narniano” de Chicago.

Um beijo grande a todos vocês.

Até a próxima!

Chicago

 

**O conteúdo e informação publicado é responsabilidade exclusiva do colunista e não expressa necessariamente a opinião deste site.

 

Imagens: Arquivos pessoais do colunista

2 respostas

  1. Conheço muito bem Chicago, tenho filha, neto e outros queridos que aí vivem.
    Passei e passo muitas temporadas aí.
    Acho tb rico obervar que o inverno parece deixar sem vida: árvores , grama, somem os esquilos, os patos, as tartarugas do parque

    Depois, qdo o frio amenizar, vier a chuva e o sol, tudo volta a ter viço e, comparo conosco.
    As vezes as circunstâncias da vida nos reduzem a um galho seco, mas qdo as intemperies vão amenizando:, o viço volta e chegam as flores e a alegria.

  2. Olá Elza,
    Obrigado pelo teu comentário. Chicago é realmente linda! Que bom você tem a tua filha, neto e tanta gente por lá.
    Linda mensagem. Linda comparação e metáfora. Que Deus nos ajude – a todos nós – termos esta esperança que “as flores e a alegria” voltarão ainda que hoje pareça tudo “um galho seco”.
    Tenha um bom dia. Até a próxima!
    Fábio

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