Você é alguém que se frustra quando tem expectativas altas?

Bom dia meus queridos amigos,

Você já fez alguma viagem com uma expectativa alta, mas se frustrou ao deparar com uma inesperada situação que alterou todos os planos?

Eu vejo toda hora gente indo para a Disney e o que seria um sonho de criança se transforma em um tremendo pesadelo ao ver as filas imensas que são frequentes em Orlando, na terra do “Tio Sam”.

E mais ainda, eu já vi gente se programando para tal viagem, e quando chega em Orlando, os furacões mudam todos os planos e as expectativas de férias inesquecíveis, se tornam em férias frustradas.

Eu poderia falar de alguém que planeja uma viagem com um itinerário completo dentro de uma geografia aparentemente única como no Japão, sonha com os sabores da gastronomia italiana ou francesa, estuda livros e assiste documentários antes de fazer um mergulho em culturas exóticas como as da Tailândia ou India, imagina-se visitando os lindos e extraordinários museus na Inglaterra, mas quando chegam em tais lugares, o tempo se fecha e chove o dia inteiro, se dá conta que o restaurante mais cobiçado da cidade está fechado por prazo indeterminado, que a escultura tão sonhada do museu está em processo de restauração, e os exemplos seguem.

Qual é a tua expectativa quando você acorda? Você é alguém ansioso? Você é alguém que deseja que tudo ocorra minuciosamente de acordo com o planejado? Você é alguém que sabe rir quando tudo dá errado? Você já aprendeu a “dançar conforme a música?”

Pois bem, esta semana a Johnna me mostrou uma frase vinda de Francisco de Assis que dizia, “Bendito é aquele que não tem nenhuma expectativa, ele ou ela se alegrará com tudo”.

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Eu já me frustrei com viagens planejadas e que por uma série de fatores, se tornaram um desastre. Eu já me frustrei com encontros humanos que eu pensei que me colocariam em uma posição privilegiada, mas nada aconteceu. Eu já me frustrei com projetos e trabalhos que seriam os mais extraodinários da minha carreira, foi pura ilusão. Eu já me frustrei por confiar em gente em quem eu pensei que poderia por as minhas maiores e melhores expectativas, foi uma profunda desilusão.

Eu sei que você sabe muito bem o que estou dizendo. Eu e você vivemos no mesmo mundo, cheio de pressões, no mesmo chão existencial, com uma Internet que nos esmaga com mensagens que nos drenam para milhares de expectativas, com um apelo a sermos “celebridades”, famosos, e estarmos com dezenas, centenas ou milhares de “likes” no Facebook ou visualizações no YouTube, Instagram, TikToK, e por aí vai.

A Júlia e o Fábio passando o fim de semana na cidade de Lyon enquanto conversavam sobre os patinhos do Parc Tête d’Or.

Isto posto, eu termino a coluna de hoje com as palavras da minha filhinha Júlia que me disse algo muito simples e profundo, enquanto caminhávamos no parque Tête d’Or em Lyon: “Papai, olha a mamãe patinha cuidando dos seus filhotinhos. Ela está observando e cuidando de cada um deles. Ela está observando se eles estão protegidos. Eles não podem ir muito longe. Eles ainda estão aprendendo a nadar.”

A patinha mamãe não tinha outra preocupação naquele instante. Vivia o seu momento, cuidava dos seus patinhos, sem nenhuma outra expectativa. Eu e você somos convidados a entender que todos os dias é um presente divino para mim e para você. Eu e você somos convidados a entender que tudo e todas as circunstâncias nos abraçam para uma oportunidade de crescer como seres humanos, as coisas boas e as nem tanto.

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Eu e você somos convidados para fazer de cada hora, cada minuto, cada segundo, um momento que vale por toda a eternidade. A nossa expectativa se encontra no tempo e espaço que se chama hoje, já; e agora!

De modo que as palavras de Jesus, nas conhecidas narrativas dos Evangelhos, ecoam neste instante nos meus ouvidos, “Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes? Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves? Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida? E por que andais ansiosos quanto ao vestuário? Considerai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham, nem fiam. Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós outros, homens de pequena fé?”

Uma boa semana a todos vocês!

Até a próxima.

Dardilly, França

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Imagens: Arquivo pessoal do colunista

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