Lordello: Existe recuperação no sistema prisional brasileiro?

O universo é formado por forças opostas, por isso o mundo é equilibrado. O princípio da filosofia milenar chinesa baseia-se no Yin e no Yang, que, respectivamente, representam a escuridão e a claridade, ou seja, o positivo e o negativo. O campo magnético produzido pelos imãs acontece em razão dos polos contrários. No cotidiano, também encontramos essa dicotomia entre as pessoas.

Tolos ou ingênuos os que acham que todos os seres humanos nascem codificados com amor. Infelizmente, a natureza, embora sábia, não é tão perfeita. É óbvio que o meio pode gerar influências boas ou ruins, no entanto, temos, também, aqueles indivíduos cuja característica principal é a maldade, o caráter voltado para a violência e para atitudes de confronto para com a sociedade e que não agem dessa forma por fatores sociais ou em decorrência de desvios psicológicos e outras patologias; é condição intrínseca à sua personalidade.  Um escritor europeu, disse, certa vez, que o mundo seria muito chato se todas as pessoas fossem boazinhas.

Vamos analisar o universo carcerário brasileiro que tem quase 700 mil detentos. Quando o debate é em torno do endurecimento das penas ou diminuição dos benefícios, na maioria, esdrúxulos, como o indulto, algumas pessoas são absolutamente contra, pois não acreditam na ressocialização dos condenados.

Exemplos das dificuldades quase insuperáveis para a recuperação social de presidiários, não faltam: “Criei quatro filhos com o mesmo amor e carinho. Três são trabalhadores, honestos e frequentam a igreja, mas um é ovelha negra de nossa família. Já foi preso diversas vezes e sempre volta a delinquir”. Como o Estado pode regenerar esse rapaz, se a própria família não conseguiu?

O leitor concorda com a máxima que diz: “Nem todos os que estão em um hospital psiquiátrico são loucos e nem todos os loucos estão em um hospital psiquiátrico?”

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