Regina Pitoscia: O socorro do governo à economia

Ajuda a empresários e empregados

Medidas de socorro para informais, desempregados, autônomos, microempresários, empresários foram adotadas pelo governo na última semana. O esforço é o de liberar verbas para as pessoas mais afetadas pela crise do coronavírus e preservar empregos nesse primeiro momento.

Todas as decisões vêm na mesma direção que outros países adotaram para enfrentar a pandemia, em que é fundamental manter as pessoas em casa, ao mesmo tempo em que é preciso dar a elas uma retaguarda financeira.

Para as empresas, foi liberada uma linha de crédito de R$ 40 bilhões, aos pequenos e médios empresários, para pagamento de salários nos próximos dois meses (R$ 20 bilhões por mês). O dinheiro vai direto para a conta corrente do empregado, o que garante que os recursos sejam utilizados exclusivamente para a renda do funcionário.

O valor que será concedido a cada empregado tem limites e vai até dois salários mínimos R$ 2.090. Assim, um trabalhador que recebe um salário mínimo terá direito a um salário de até R$ 1.045, e um que recebe quatro salários mínimos (R$ 4.180) terá direito a um salário limitado a R$ 2.090. Ficará a critério da empresa complementar o total a ser recebido pelo funcionário com recursos próprios. De todo modo,

Para obter essa linha de crédito, a empresa precisa ter um faturamento anual entre R$ 360 mil e R$ 10 milhões por ano. Estão nessas condições 1,4 milhão de empresas com um total de 12,2 milhões empregados. O pagamento do empréstimo poderá ser feito pelo patrão em até 36 meses, com carência de seis meses para começar a pagar. Os juros serão subsidiados, de 3,75% ao ano (mesmo nível da Selic), portanto de spread zero, porque não haverá margem de ganho aos bancos, o custo do dinheiro será o mesmo na captação e no empréstimo para as empresas.

As empresas que aceitarem esse empréstimo facilitado não poderão demitir seus empregados pelo período de 2 meses.

Auxílio emergencial

Foi aprovado na Câmara dos deputados, e o mesmo deve ocorrer no Senado, o projeto que prevê a criação de um auxílio emergencial a trabalhadores informais, autônomos e microempreendedores de R$ 600, a ser pago por três meses, podendo ser prorrogado pelo tempo que durar o estado de calamidade pública. São classes de trabalhadores que estão sendo duramente afetados pela crise.

No caso de informais, para ter direito ao benefício, a renda familiar tem de ser até 3 salários mínimos ou R$ 3.135, ou de 519,50 por pessoa que compõe a família. No caso de mulheres, chefe de família, o auxílio pode chegar a R$ 1.200.

Os microempreendedores poderão solicitar o auxílio desde que tenham um faturamento de até R$ 81 mil por ano (média de R$ 6.750 por mês). Já os autônomos deverão estar devidamente cadastrados nas respectivas prefeituras.

Profissionais de nenhuma dessas categorias poderão pedir o vale emergencial se estiverem recebendo algum benefício da Previdência Social, como aposentadoria ou pensão, nem o Benefícios de Prestação Continuada (BCP, concedido a pessoas com deficiência ou idosos de baixa renda), ou ainda fazer parte de programas de transferência de renda do Governo Federal, exceto o Bolsa Família.

Nesses próximos dias deve ser editada medida provisória que permitirá a redução de jornada de trabalho e também de salário em troca de garantia de emprego, para evitar demissões em massa, ao mesmo tempo que propõe uma subsistência dos empregados por um determinado período.

O alívio aos clientes da Caixa

A Caixa Econômica Federal, além de reduzir as taxas de juros do cheque especial e rotativo do cartão para 2,90% ao mês, anunciou que vai suspender o pagamento das prestações de financiamento imobiliário por dois três meses. Esse mecanismo é de fato vantajoso para o mutuário, porque ao mesmo tempo que alivia orçamento nesse período, não cobra nenhum acréscimo sobre os valores que deixarão de ser pagos.

Prejuízo nas bolsas

No ano, a Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, acumula uma queda de 36,51%. O mercado está sendo duramente atingido pela perspectiva de encolhimento da economia mundial provocado pelo coronavírus.

Os investidores que passam por perdas na bolsa não devem, no entanto, fazer movimentos em função dos solavancos do mercado, que ora sobe quase 10% e em outro dia, cai quase 10%, o ambiente ainda é de muita volatilidade e de cautela. Em situações assim, só assume prejuízo que sai da posição vendendo ações. Os preços tendem a voltar à sua média histórica, motivo pelo qual os investimentos em ações devem ser feitos mirando retorno em períodos maiores, de três a cinco anos.

Preço do dólar continua subindo

O mercado de dólar também tende a continuar refletindo o humor e a expectativa dos investidores, em relação ao desfecho da crise e à recuperação da economia global. Momentos de crise, ainda que não financeira, contaminam grandes investidores que, em meio ao aumento de aversão a risco, procuram proteção em ativos considerados mais seguros, como títulos do Tesouro americano, ouro e moedas como o dólar, iene, franco suíço, entre outras.O dólar fechou a sexta-feira cotado por R$ R$ 5,11, com valorização de 1,60% na semana, 14,1% não mês e 27,75% no ano, até o momento.

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