Talvez eu ainda não tenha me apresentado, estou presidente da OBME-Organização Brasileira de Mulheres Empresárias, somos membros da FCEM-Femmes Chefs D’Enterprises Mondiales que foi fundada em 1945 na França, está presente em 120 países, nos 5 continentes.
Acredito que as empresas e as organizações são como pessoas, carregam uma identidade própria, um DNA.
O ano de 1945 foi caracterizado pelo final da 2° Guerra Mundial, o que me fez refletir sobre o ideal de nossa fundadora ao criar uma organização para conectar mulheres empresárias de vários países, gerar laços comerciais e de amizade e praticar sororidade e solidariedade.
Este ano de 2020 foi marcado pela pandemia que paralisou as pessoas, as atividades econômicas e ceifou muitas vidas.
No início, pensamos que ficaríamos em casa por um curto tempo e logo voltaríamos a normalidade, entretanto, o tempo passou e tivemos que exercer a nossa capacidade de resiliência, superação e empatia.
Assim como em 1945, hoje estamos vivendo um momento de incertezas, de reconstrução do mundo e novamente as mulheres empresárias se uniram para discutir os problemas, contar suas dores e buscar soluções.
Com o fechamento das fronteiras recebemos solicitações de ajuda para as mulheres imigrantes que não podiam retornar ao seu país de origem.
Sou filha de imigrantes, casada com um italiano imigrante e sei como é difícil conseguir ajuda num país estranho, com outro idioma e cultura.
Foi impossível ficar indiferente e lá fomos nós fazer o que sabemos, seguindo nossa origem.
Criamos eventos internacionais virtuais para abrir o diálogo entre os países e incentivar negócios.
Entendemos que as mulheres precisam adquirir independência financeira para serem protagonistas da própria vida, para ter dignidade, para escapar da violência doméstica e ser um exemplo de coragem para seus filhos.
Estamos tendo a chance de conhecer verdadeiras guerreiras que não se deixam abater, que mostram seus talentos através dos produtos criados por elas que, empreendedoras que inventam saídas e soluções.
Como uma rede de apoio nós estamos trabalhando mais do que antes, angariando doações, inventando formas de reativar os empreendimentos.
Dizem que nas crises surgem as oportunidades, então, vamos nos reerguer, buscar novas alternativas e vencer.
Termino com nosso lema:
“Sozinhas invisíveis, juntas invencíveis!”
Lilian Schiavo.
Imagem: arquivo pessoal colunista.