Lilian Schiavo: Nós e a tal Síndrome da Impostora

As mulheres enfrentam inúmeros desafios para alcançar cargos de liderança e chegar lá não significa navegar em águas pacíficas.

É incrível, mas existem pessoas extremamente competentes e inseguras, assim como existem as incompetentes com autoestima inflada que fazem questão de desvalorizar as qualidades das outras.

Somos um enigma…

Você já ouviu falar na síndrome da impostora?

As psicólogas Pauline Clance e Suzanne Imes usaram esse termo pela primeira vez em 1978, baseadas num sentimento observado nelas mesmas e nos alunos de cursos de pós-graduação e mestrado, uma autoimagem de falsidade intelectual, como se fossem uma fraude.

Mas você não precisa cursar um doutorado para se sentir assim, basta fazer parte dos 70% da humanidade…

Michele Obama,  Neil Armstrong, Meryl Streep,  Maya Angelou e Tom Hanks são algumas das pessoas que relataram suas experiências com a síndrome do impostor.

Ocorre quando você constrói, dentro da sua própria mente, uma auto percepção como incompetente ou insuficiente.

Sabe quando você inicia um projeto, recebe uma promoção, uma homenagem ou premiação e se questiona sobre o seu próprio mérito? Aquela sensação conhecida do “será que sou a pessoa certa ou deveriam ter escolhido outra?”

Esta síndrome costuma atingir pessoas que estão em constantes desafios e muita pressão: atletas, empresários, profissionais liberais, professores universitários, entre outros.

A escritora espanhola Carmen G. de la Cueva, em sua rede social escreveu: ” Não sei quantas madrugadas passei respondendo a e-mails que achava urgentíssimos, deixando de tomar café da manhã ou almoçar porque NÃO PODIA parar, porque o que tinha em minhas mãos era importantíssimo… Existem vezes que ainda me sinto como uma impostora e deixo que outros falem por mim deixo de dizer o que penso para não incomodar, para não entrar em conflito.”

As pessoas que sofrem da síndrome apresentam 3 ou mais dos seguintes comportamentos:

  • Necessidade de se esforçar demais
  • Auto sabotagem
  • Procrastinação
  • Medo de se expor
  • Comparação com outros
  • Necessidade de agradar a todos

Não por acaso, as mulheres são mais propensas a se sentirem uma fraude quando combinam baixa autoestima a um elevado nível de exigência.

Pode ocorrer quando ocupamos uma função tradicionalmente masculina ou quando você se sente insegura ou fragilizada por causa de críticas ou erros cometidos.

Quantas mulheres são incapazes de acreditar em elogios? Compare a sua auto avaliação com o que as pessoas pensam a seu respeito, como avaliam seu desempenho.

As opiniões coincidem com a forma como você se vê ou você acha que os outros estão te supervalorizando?

Num treinamento de coach, colocávamos uma pessoa sentada no meio da sala e todas as pessoas do grupo tinham que falar algo positivo para ela, um elogio, uma lembrança, dizer que a admiravam, que a amavam… o resultado era surpreendente a maior parte das pessoas chorava porque não enxergava suas próprias qualidades nem se recordava das boas ações que marcaram a vida dos amigos.

Estamos mais acostumadas a ouvir críticas e ter atitudes defensivas.

Precisamos aprender a falar sobre a síndrome, levantar nossa voz, dividir nossas angústias, compartilhar as dúvidas e principalmente aceitar elogios sinceros sem desabar.

Temos que superar obstáculos internos e externos que nos paralisam e impedem nosso crescimento.

É necessário reconhecer que não somos inferiores, elencar nossas qualidades, nossos pontos fortes, descobrir nossos talentos.

Precisamos olhar no espelho e enxergar uma pessoa capaz de sonhar, de realizar, de liderar.

Finalizo com uma frase de Coco Chanel:

“O ato mais corajoso é pensar por você mesma. Em voz alta!

Lilian Schiavo

**O conteúdo e informação publicado é responsabilidade exclusiva do colunista e não expressa necessariamente a opinião deste site.

Imagem: Freepik

 

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