Fabiane Cruz: Escolhas e arrependimentos

arrependimentos

Porque às vezes é tão difícil tomarmos uma decisão? Porque apesar de “vermos” a situação com clareza, ter ciência de que é preciso escolher um caminho diferente, ainda assim temos dificuldade em tomar a tal decisão? A verdade é que para cada escolha que fazemos, estamos automaticamente dizendo não a uma série de outras possibilidades, mesmo que essas outras possibilidades estejam distantes de se concretizar ou só se realizariam no imaginário.

Por isso, nossos consultórios estão cheios de “arrependidos”. Porém eles se dividem em duas categorias: os que tiveram medo de arriscar, de encarar uma situação e resolvê-la, mesmo causando dor a outras pessoas, entenderam naquele momento que a conta seria muito alta, sucumbiram então à regras sociais e escolheram não fazer nada, pensado que a conta não seria cobrada. Ledo engano, a infelicidade lhes bateram a porta e passaram a persegui-los diariamente, como a própria sombra, até tornar-se impossível  conviver consigo mesmo, quem dirá com a pobre coitada da pessoa que lá atrás pensou estar protegendo do sofrimento.

A outra categoria é aquela do arrependido que ficou preso numa escolha do passado. Arrependimentos fazem parte da vida de qualquer pessoa, é natural que com o passar do tempo algumas escolhas do passado podem parecer equivocadas, mas estagnar a vida pensando no que poderia ter sido diferente pode ser pior ainda.

Em ambos os casos, o prejuízo emocional que se tem é enorme, provoca um desgaste diário e faz a pessoa entrar num estado de desespero e desesperança que se assemelha a  episódios de depressão.

Primeiro é importante avaliar se é possível fazer algo a respeito da escolha considerada equivocada, se sim, como redefinir a rota partir desse momento de maior consciência e “certeza”.

Se não for possível modificar a escolha é possível transformar o entendimento da situação, o caminho é entender o que foi a escolha naquele contexto passado e transmutar o arrependimento em aprendizado. Para isso é preciso primeiro perdoar-se, pois é possível que você tenha feito a única escolha possível para você naquele momento. Depois é importante perceber qual a lição que essa situação está te trazendo por maior que seja a dor associada. Com o novo aprendizado é possível fazer escolhas melhores e ser fiel a própria vontade, não cedendo sempre a pressões sociais, financeiras e familiares.

Afinal todo mundo já ouviu: não adianta chorar pelo leite derramado.

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