Falamos na semana passada sobre o choro dos bebês e a importância de atender a necessidade da criança conforme cada situação. Mas quando se fala da necessidade da mãe, quem é que deve supri-la?
Na gravidez toda a atenção é para a ela. Todo mundo quer fazer um carinho na barriga da grávida e saber como ela está. Mas quando o bebê nasce, a mãe é praticamente esquecida e só o bebê recebe a devoção de todos.
Porém, o pós-parto vem acompanhado de uma série de sentimentos e sensações provocadas pelos hormônios liberados no nascimento, e também pelo acúmulo de funções que a mulher assume: cuidar do bebê, da casa, amamentar, sem falar na privação de sono e na dificuldade de conciliar tudo isso com o cuidado com si mesma, que praticamente não existe para grande parte das mulheres nessa fase.
Então o que podemos fazer para aliviar toda essa carga que vem de “brinde” com a maternidade? Oferecer uma rede de apoio!
Rede de apoio é um suporte para a mãe, ou para o pai, para que ela (ou ele) possa realizar outras atividades a fim de tirar o peso de cuidar de tudo sozinha.
Esta rede pode ser formada por familiares: marido, tia, tio, avós; amigos ou vizinhos que queiram ajudar os pais a terem um momento para si no meio da rotina materna, seja para tomar um banho tranquilo, fazer uma refeição sem agitação, dormir um pouco ou sair para cuidar um pouco de si. Outra possibilidade é contar com profissionais como uma babá, por exemplo, o que pode ajudar e muito nessa fase.
No último sábado, em entrevista no programa Altas Horas, a atriz Sophie Charlotte falou sobre a maternidade, o papel do marido Daniel de Oliveira na criação do filho Otto e o quanto contar com uma rede de apoio foi fundamental. Veja só:
“Ele me ajuda muito. Rede de apoio é uma coisa muito importante para dar conta. São tantos os papéis que a gente ocupa hoje: trabalhando, em casa, nas burocracias do dia a dia. Tudo isso leva tempo e aí, para conseguir cuidar com muito amor e presença, que é o que eles precisam, a gente vai dividindo, dando um jeitinho”.
Lembrando que o papel do pai não é ajudar, mas dividir as responsabilidades que vem junto com a chegada de um filho. Porém ele faz parte, sim, da possível rede de apoio.
Algumas formas dessa rede de apoio colaborar nessa fase do pós-parto são: ficar com o bebê em um momento tranquilo para a mãe descansar, preparar ou levar um alimento quentinho para a mãe se alimentar, já que geralmente esse momento é negligenciado pela falta de tempo para cozinhar, ou então se oferecer para ajudar na limpeza e organização da casa (seja lavando uma louça, por exemplo, que já é uma grande ajuda).
O desafio maior para a mamãe que acabou de nascer também é se despir da capa de “super-mãe”, por achar que pode dar conta de tudo, e confiar seu bebê a uma pessoa que não seja ela mesma. Todos nós precisamos, em algum momento, de ajuda e contar com alguém de confiança é fundamental para podermos realizar outras atividades sem se preocupar tanto com o bebê. Por isso, é importante entender que é preciso delegar sim, e que esses momentos de dedicação a si mesma são importantes para trazer bem-estar para a mãe e, consequentemente, o bebê se sentirá melhor também. É melhor ter uma mãe que não fique 100% do tempo com seu bebê, mas que esteja bem e feliz de fazer coisas que a agradam, do que ter uma mãe com seu bebê durante as 24 horas do dia, mas irritada e impaciente, justamente por não poder ter válvulas de escape desses desafios da maternidade.
Mas e se ninguém oferecer ajuda, o que fazer? PEÇA!! Converse com seus familiares, amigos ou vizinhos, explique a necessidade de ter esse tempo ou momento para realizar atividades diversas e alguém vai se manifestar. Caso isso não aconteça, procure redes de apoio na sua cidade, como grupos de mães nas redes sociais que possam oferecer algum tipo de suporte.
O importante é que essa rede de apoio tenha EMPATIA, ou seja a capacidade de se colocar no lugar da mãe, de compreender o que ela sente e assim tentar ajudar da melhor maneira possível.
A consequência de uma rede de apoio presente é a promoção da saúde física e emocional na vida da nova família.
Carinho, apoio, atenção e suporte são fundamentais para que a maternidade seja mais leve. Por isso, se você está lendo esta matéria e conhece alguma mamãe que teve bebê recentemente ou tem um ou mais filhos, mostre que ela não está sozinha. Ofereça ajuda também!
Na próxima semana tem mais! Até lá!