Márcia Sakumoto: Sistema educacional japonês

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Baseado no sistema dos franceses, alemães e americanos, o sistema educacional japonês instituído na Era Meiji (1868-1912), era centralizado, moralista com fidelidade ao estado e com fotografias do Imperador em cada escola.

Após a segunda guerra mundial tudo mudou, os americanos baseados em seu próprio sistema educacional estabeleceram o que acompanhamos até os dias de hoje no Japão.

Os 6 anos de estudo no ensino fundamental (shogakko) e mais 3 anos no ensino secundário (chugakko) são obrigatórios trazendo penalidades aos pais que não cumprirem essa lei podendo ter os filhos levados para abrigos do Conselho Tutelar (jidousodan) perdendo a guarda dos filhos. Na sequência vem 3 anos de colégio (koukou), 2 anos de ensino técnico superior (Tankidaigaku) ou 4 anos de faculdade (daigaku), porém não são obrigatórios.

Há escolas particulares e públicas, mas não 100% gratuita, os pais devem custear as despesas da refeição (Kyoshoku) e algumas atividades extras das escolas. Caso comprove renda baixa poderá conseguir uma ajuda na prefeitura da cidade por filho distribuída três vezes ao ano.

Nas prefeituras há o setor de educação onde é possível saber informações, fazer inscrições para a escola etc. Nas escolas públicas quem determina a escola é a prefeitura, pois todos os alunos devem estudar na escola do seu bairro, já que as crianças desde a primeira série vão a pé em grupos com um líder e um sub-líder responsável por orientar o grupo e direcioná-los até a escola.

Existe uma associação de pais e professores denominada PTA que cuida da segurança, trajeto e observação a distância dos alunos, entre outros assuntos. Determinados horários ruas são fechadas para a passagem das crianças, também é comum vermos nas faixas de pedestres pais segurando uma bandeira amarela que é estendida quando o semáforo está fechado, assegurando a travessia dos alunos. Os alunos do ensino fundamental usam chapéus, mochilas de couro personalizada com capa dura, apito e alarme tudo para prevenção de perigo. Os maiores, na fase da adolescência quando ingressam ao ensino secundário colegial, usam uniformes padronizados, os meninos usam paletó e as meninas saias plissadas meias brancas puxadas até a canela e camisas com suéter. É proibido celulares, brincos, piercing, pintar unhas e cabelos, meninas devem manter os cabelos presos e meninos os cabelos sempre bem cortados. Sim, muitas regras e todas devem ser obedecidas para não diminuir nota.

As aulas são de segunda a sexta, às vezes aos sábados, normalmente com início às 8:30 terminando às 15:50 e atividades extra – curriculares após esse horário. As aulas são distribuídas em Nove matérias: Língua japonesa, matemática, estudos sociais, arte e artesanato, ciências, música, educação física e conhecimentos domésticos. Além das atividades extras curriculares esportivas, musicais, artesanais ou artísticas escolhidas pelos alunos contando pontos na avaliação final, ajudando nos resultados das notas somatória na conclusão dos nove anos. O ano letivo inicia em abril e finaliza em março do próximo ano, no verão com temperaturas altíssimas são 6 semanas e mais 2 semanas em dezembro e em março, essas folgas são regadas a tarefas de casa, lição de casa e trabalhos para entregar, além de alguns dias de aulas de reforço e de atividades extra curriculares também. O sistema educacional incentiva o aluno a ficar bastante parte do tempo ocupado estudando. O ensino paralelo é um exemplo, os junku (cursinho) são escolas preparatórias com professores particulares que recebem normalmente os alunos após o término das aulas para reforço, os youbikou (cursinho universitários) tem como propósito preparar os alunos para admissão nas universidades, os acadêmicos são subdivididos em (hoshuu juko) cursinho de revisão e (shingaku juko ) cursinho avançado, alguns com custos elevadíssimos preparam o aluno para as concorridas vagas em universidades.

Parece tudo maravilhoso, mas nem todos estrangeiros sabem dessa trajetória no sistema educacional e acabam por não se preparem para disputar a altura e seguir o caminho, o sistema de ensino japonês é muito diferente do Brasil, e cria algumas dificuldades em adaptação dos nossos brasileirinhos por aqui, mesmo nascidos no Japão continuam sendo brasileiros, temos algumas opções de ensino em escolas brasileiras, assim como as internacionais, porém caras o que faz muitos pais optarem pela escola japonesa devido baixo custo nesses primeiros 9 anos.

 

Alguns brasileiros se adaptam muito bem ao método japonês e até esquecem o português dificultando a comunicação com os pais que não falam japonês, o triste é quando vemos abrir um enorme abismo entre familiares. Mas esse assunto fica para um outro texto.

 

Até semana que vem!

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