César Romão: Princípio da raiva

Muitas vezes deixamos de crescer por cultivar em nosso coração uma dose de raiva. Neste caso não há dosagem grande ou pequena. Toda raiva é imensa, até mesmo em uma única gota. Existem coisas que só crescem quando nós deixamos que elas cresçam. Trabalhe seu coração caso tenha algum tipo de raiva. Com certeza você já é hoje uma pessoa maior do que quando gerou este visitante indesejável. Não há no mundo ninguém e nada merecedor de fazer gerar em você este corrosivo sentimento.

Um velho avô índio disse a seu neto, que veio a ele com raiva de um amigo que lhe havia feito uma injustiça: “Deixe-me contar-lhe uma história. Eu mesmo, algumas vezes, senti grande ódio àqueles que aprontaram tanto, sem qualquer arrependimento daquilo que fizeram. Todavia, o ódio corrói você, mas não fere seu inimigo. É o mesmo que tomar veneno, desejando que seu inimigo morra. Lutei muitas vezes contra estes sentimentos”.

E ele continuou:

“É como se existissem dois lobos dentro de mim. Um deles é bom e não magoa. Ele vive em harmonia com todos ao redor dele e não se ofende quando não se teve intenção de ofender. Ele só lutará quando for certo fazer isto, e da maneira correta. Mas, o outro lobo, ah!, este é cheio de raiva. Mesmo as pequeninas coisas o lançam num ataque de ira! Ele briga com todos, o tempo todo, sem qualquer motivo. Ele não pode pensar porque sua raiva e seu ódio são muito grandes. É uma raiva inútil, pois sua raiva não irá mudar coisa alguma! Algumas vezes é difícil de conviver com estes dois lobos dentro de mim, pois ambos tentam dominar meu espírito”.

O garoto olhou intensamente nos olhos de seu Avô e perguntou:

“Qual deles vence, Vovô?”

O Avô sorriu e respondeu baixinho:

“Aquele que eu alimento mais freqüentemente”.

Alimente seu lado bom do lobo e tenha uma vida de amor e harmonia.

 

Cesar Romão

 

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Imagem: Freepik

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