Regina Pitoscia – Coronavirus: mais do que cuidados com o seu dinheiro

Nossa vida de cabeça para baixo com o coronavírus

 

Não há o que questionar sobre os transtornos que a pandemia do coronavírus está promovendo na vida de todo o mundo, literalmente. Da doença em si e consequências físicas, às mudanças que o surto nos obriga a implementar no dia a dia, de uma hora para outra como, por exemplo, evitar sair de casa.

Sob o aspecto financeiro, o avanço do vírus sacudiu os mercados, pode provocar uma nova queda dos juros por aqui, deve resultar no que está sendo chamado de ciclo recessivo, uma redução na atividade econômica em níveis globais. E isso representa um crescimento econômico do País mais mirrado, sabe-se lá por quanto tempo, permanência do desemprego em níveis elevados, sufoco financeiro…

O quanto antes as medidas de precaução forem tomadas, menos drásticas tendem a ser as consequências. Há implicações de várias ordens, que vão desde a adoção do home office, o trabalho em casa para impedir o contato entre as pessoas, até o cancelamento de viagens na tentativa de conter a circulação do vírus, sem prejuízo do consumidor. 

É preciso evitar o pânico, e ter a consciência de não fazer estoques de produtos como máscaras e álcool em casa, porque podem faltar a quem precisa, nem de produtos do supermercado. Tudo isso tem de ser levado muito a sério, para que a situação não piore. Cada um tem de assumir sua responsabilidade dentro dessa força-tarefa.

É preciso falar também dos cuidados com a higiene, da conduta para isolamento, do adiamento de festas, encontros, seminários, jogos, enfim qualquer evento que possa fazer a doença alastrar-se de forma rápida e intensiva. O prejuízo econômico que essas medidas possam trazer aos organizadores certamente será menor do que as consequências desastrosas para toda a sociedade. Não pode haver irresponsabilidades nesse momento.

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Ao contrário, é hora de divulgar o máximo possível informações de como prevenir e tratar a doença.

 

Desespero na bolsa e escalada do dólar

Um sentimento de desespero permeia o mercado financeiro, com queda livre da bolsa de valores e disparada do dólar. São movimentos que varrem as principais praças financeiras do mundo e se reproduzem por aqui. O pano de fundo por trás do pessimismo que gera esse desconforto nos investidores é o temor diante das incertezas provocadas pelo coronavírus.

Um fator adicional de mal-estar internamente é o recrudescimento dos conflitos entre o governo e o Congresso, que põe em risco o equilíbrio fiscal pavimentado pela aprovação da lei que estabelece teto para os gastos públicos e aprovação da reforma previdenciária.

Desde 23 de janeiro, quando encerrou o pregão com recorde nominal de 119.527 pontos, até o fechamento de sexta-feira, em 82.678 pontos, a Bolsa de Valores de São Paulo acumula desvalorização de 30,83% – da qual 20,63% apenas em março, até agora.

Os fatores de incerteza que derrubam a bolsa de valores turbinam a arrancada do dólar. Em boa medida, a escalada reflete a procura da moeda americana pelos investidores preocupados em proteger o patrimônio, em um cenário em que todos estão tensos com o que poderá vir com o coronavírus.

Cotado por R$ 4,81 no fechamento de sexta-feira, o dólar acumula valorização de 7,37% neste mês, até sexta-feira, alta que fica ampliada para 20,25% no ano.

Analistas e especialistas não arriscam palpites sobre a tendência desses mercados, mas entendem apenas que os investidores terão de conviver com as turbulências e vaivéns no mercado financeiro por bom tempo. 

 

Governo antecipa 13º dos aposentados

Para tentar amenizar os reflexos da pandemia do coronavírus na economia, o governo anunciou a antecipação do pagamento da primeira parcela do 13º dos aposentados. O valor extra, que normalmente chega com o benefício de agosto, virá este ano com o de março.

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A ideia é injetar os recursos de modo a estimular o consumo e a produção no mercado interno, em um momento que as economias estão murchando em países já duramente afetados pelo vírus, como China e Itália. 

No entanto, o aposentado precisa ter pés no chão e não sair gastando simplesmente porque o dinheiro chegará mais cedo ao bolso. Afinal, em agosto não será possível contar com essa renda do abono natalino. A primeira parcela do 13º deve chegar ao aposentado e pensionista do INSS de 25 de março ao dia 7 de abril.

 

Juros devem cair, mas consumidor deve evitar gastar

Nesta quarta-feira, dia 18 de março, o Banco Central decide em que nível ficará o juro básico da economia (Selic) até o dia 29 de abril. Não há unanimidade no mercado, mas boa parte acredita que o juro, que está em 4,25% ao ano, pode cair um pouco mais, para 4,0% ao ano, de modo a estimular a economia, porque tende a impulsionar a produção e o consumo.

Seja qual for a decisão, o consumidor deve redobrar os cuidados com o crédito. Que os efeitos do coronavírus serão desastrosos sobre a economia não há dúvidas. O que se discute é o tamanho deles. Mais do que nunca é preciso puxar o freio de mão nas despesas e principalmente entrar em dívidas no rotativo do cartão de crédito, que cobra juros que superam os 12% ao mês ou 300% ao ano.

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