Tenho que confessar demorei muitos anos para assistir a trilogia Senhor dos Anéis, comecei várias vezes e não tive paciência e logo desistia, mas tudo tem a sua hora. Durante um processo de coaching, meu coach contou a história do autor da obra: um professor britânico J. R. R. Tolkien, que escrevia muitas histórias para seus filhos. Ele foi considerado um dos grandes autores de sua época.
Uma trilogia épica (em filme a trilogia de é Peter Jackson), que traz no enredo uma série de histórias independentes no seu acontecimento, porém entrelaçadas em seus propósitos. Tudo tão bem escrito e dirigido que é possível acompanhar cada parte e fazer conexões e analogias imediatas com a vida real; claro deixando um pouco de lado a fantasia; mas não muito para não perder o encanto.
Pra mim uma história de cheia de heróis, de posições e personalidades diferentes, heróis itinerantes e pontuais que aparecem para salvar o momento e outros que perpetuam por toda aventura.
Mas vamos ao foco dessa reflexão, os dois “pequeninos” personagens que passaram muitas aventuras e desventuras durante toda história: Frodo e Sam, que ao final fico propenso a defender que o verdadeiro herói da história é o Sam, o fiel escudeiro que sustenta o Frodo em todos os momentos difíceis, salva a vida do cara algumas vezes e não permite que ele desista da jornada. Sam ao mesmo tempo que se torna um grande aliado cumpre também o papel de mentor, orientando, questionando e conduzindo o protagonista nos momentos de dúvidas e inseguranças.
Claro que Gandolf é o grande mentor da história de maneira geral, trazendo além de seus poderes a sabedoria conquistas por suas experiências. E digo mais, um mentor que não somente direciona, mas entra junto na batalha.
Sam é tão importante na história quanto o próprio Frodo, um herói não chega ao êxito sozinho, é preciso encontrar seus aliados durante as jornadas que enfrenta. Quais são os seus aliados? Claro que o peso da responsabilidade está a todo momento sobre o protagonista, quando nos colocamos como autores da nossa jornada, mesmo tendo aliados, o resultado sempre cairá sobre nossos ombros, sendo eles positivos ou negativos, e parece que o Sam sabe disso, então se esforça para fazer com que Frodo seja o grande herói que salva o mundo dos humanos e ainda se emociona com sua conquista e reconhecimento.
Um outro ponto fundamental, para mim, é o momento final do filme, onde Frodo e alguns mentores precisam seguir seus caminhos, e mesmo diante da dor da partida eles entendem que aquela jornada juntos acabou, mas foi tão importante para que eles pudessem construir e continuar suas próprias histórias. De alguma forma Frodo liberta Sam da responsabilidade de acompanha-lo para que possa embarcar na sua jornada pessoal, aproveitando tudo que viveram. Essa competência adquirida ao lado do Frodo fortalece tanto um quanto outro, a ponto do Sam criar coragem e casar-se com Rosinha Villa e Frodo embarcar em mais uma jornada ao desconhecido.
Uma analogia incrível com a vida real, somos lançados a grandes aventuras, as vezes por vontade própria e as vezes por oportunidades que a vida traz, mas sempre com grandes momentos desafiadores e que nos levam a importância das pessoas que nos apoiam e que são fundamentais em nossa jornada de desaprender, reaprender e aprender.
Fabio Abate
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