Além dos clubes daqui, classificados para a fase de grupos e também para a pré-libertadores, temos “mais Brasil” na competição internacional. Trata-se do novo treinador do time mais tradicional da Bolívia. O Bolívar acertou com Vinícius Eutrópio para ser o comandante da equipe na Copa Libertadores 2018.
Há muito, reclamamos que treinador brasileiro não tem prestígio internacional. Com raríssimas excessões. Lembro-me do fracasso de Vanderlei Luxemburgo como treinador do Real Madrid, por exemplo. Excessões? Temos, certamente. Felipão na China, Zico nos tempos de Japão, e por aí. Mas no geral, não dá para comparar o mercado dos nossos atletas com de nossos diretores técnicos.
Vinícius Eutrópio tem a chance, rara, de ir na contramão de uma lógica cruel com o treinadores do país do futebol. Ele pode levar o Bolívar a um ineditismo para aquele país. Nenhuma equipe boliviana chegou a uma final de Libertadores.
Na altitude de La Paz, 3.600 metros – grande temor de equipes brasileiras – Vinícius Eutrópio já começou seu trabalho. O ex-treinador da Chapecoense no último campeonato brasileiro, de jogo até setembro, revela que a meta é chegar a decisão da competição internacional.
O brasileiro chegou a Bolívia com muito prestígio, como “treinador de primeira do futebol brasileiro” e “auxiliar de Parreira na Copa do Mundo de 2010”. Ele foi indicado para o cargo pelo ex-atacante Zé Carlos que jogou na equipe boliviana.
O dono do Bolívar é o empresário do ramo de telecomunicações Marcelo Claure, que vive nos Estados Unidos e para onde Eutrópio viajou para acertar detalhes de seu contrato.
A missão do brasileiro nesta empreitada: o tri-campeonato boliviano e chegar às finais da Libertadores 2018. O treinador de 51 anos de idade também vai comandar todas as categorias de base do bolívar, unificando sua metodologia de trabalho.
O bolivar está no grupo 2 da Libertadores, ao lado do Atlético Nacional da Colômbia, o Colo-Colo do Chile e o Delfin do Equador. A estreia boliviana será fora de casa contra os equatorianos no dia 28 de Fevereiro.
O sucesso de Vinícius Eutrópio pode ser uma chance para que treinadores brasileiros tenham um pouco mais de prestígio no mercado internacional. Prestígio que nossos jogadores têm de sobra. Boa sorte para ele.