Quais são as tuas “brigas” desnecessárias?

Bom dia meus amigos queridos,

Você é alguém que por qualquer motivo perde a paciência? Você é do tipo que “não leva desaforo para casa?” Você conhece alguém que perde a razão e explode no trânsito por conflitos desnecessários?

Você conhece alguém assim?

Eu conheço. Eu vejo toda hora o indivíduo que entra em todas as brigas desnecessárias e não se importa se a esposa está do lado morrendo de vergonha. Eu vejo a mãe que dá um “chilique” e não se importa se a filha de 8 anos de idade observa a cena.

Eu vejo gente que por algo absolutamente insignificante, perde o domínio próprio, perde a razão de si, perde o controle!

Eu sei de empresários que não conseguem se controlar e administrar as suas emoções e faz da vida dos pobres funcionários um inferno!

Pois bem, eu sei que ninguém é de ferro.

Eu sei que tem hora que a gente tem que se segurar. No entanto, quais são as tuas “brigas” desnecessárias?

Posso falar de mim? Posso dar um exemplo tolo? Posso falar de algo que você sabe muito bem que estou falando?

Afinal de contas, a gente tem que se olhar no espelho para aprender o significado de compreender que a vida é curta, os dias voam, as semanas passam entre os nossos dedos, e os anos se esvanecem num piscar de olhos. Afinal de contas, são exemplos assim que tem a ver com a realidade que é minha, tem a ver com a realidade que é tua também.

De modo que a partir desta premissa simples e básica da existência, nos damos conta que a maioria das nossas guerras contra o vizinho, guerras contra o nosso funcionário, guerras contra a esposa, guerras contra a filha mais velha, guerras contra a vida, contra tudo e todos são desnecessárias!

Júlia (6 anos) – Sophia (10 anos)

Isto posto, eu me lembro que antes da nossa viagem ao Brasil, fomos para uma tarde de gincanas e competições na escola da Júlia.

– “Papai, quero este bichinho de pelúcia! Vamos ganhar este prêmio?” Disse a Júlia com toda a alegria e entusiasmo de uma criança de 6 anos de idade.

– “Vamos, a gente consegue fazer isto juntos!” Eu lhe disse com a confiança que faríamos um trabalho em equipe.

– “Papai, ganhamos! Ganhamos. Vamos pegar o nosso prêmio!” A Júlia saiu correndo em direção ao prêmio que já sabia muito bem qual seria. Para a minha surpresa, ela parou no meio do caminho e me disse:

– “Papai, papai! Vamos tentar novamente porque eu quero ganhar de novo e dar um destes bichinhos de pelúcia para a Sophia”. Disse a Júlia mais uma vez com determinação e coragem.

–  “Vamos! Seria uma ótima idéia também presentear a tua irmãzinha!”

Assim, voltamos. Assim, ganhamos dois prêmios. Um prêmio para a Júlia, e outro prêmio para a Sophia. No entanto, ao chegarmos na fila para escolher o prêmio, a Johnna sugeriu e convenceu a Júlia de escolher um tal de barbante que a Sophia ficaria pulando e brincando na escola com as suas amiguinhas ao invés de escolher o bichinho de pelúcia que já havíamos decidido, planejado, e conquistado.

Um mar de bichinho de pelúcias da Júlia

Ora, não preciso dizer que eu fiquei muito bravo com a mudança da escolha. Você pode imaginar a nossa discussão? Começamos um conflito “bélico” e tinha a ver com um bichinho de pelúcia e um barbante! Você já se viu em uma posição assim? A terceira guerra mundial começou e você nem sabe como você entrou nela?

Você se irrita, perde a paciência, discute, quer ter a razão, quer ter a última palavra, o teu orgulho é ferido, você diz não ser justo, entre centenas de outras justificativas superficiais, sem sentido, e sobretudo, desnecessárias!

Você já se viu alguma vez dentro de uma briga e nem sabia muito bem como tal briga começou?

E você me pergunta: “Fábio, onde está o tal barbante? E como terminou esta história?”

Barbante que as crianças brincam na escola. A Sophia ficou “craque”!

Ora, o barbante está dentro do armário e a Sophia brincou algumas vezes.

O bichinho de pelúcia da Júlia, já nem sei mais qual é, e onde ele está, visto a quantidade de bichinhos incontáveis que estão espalhados por todos os lados no seu quarto que mais parece uma loja de brinquedos!

E eu? Eu já nem lembro mais os argumentos contra a minha esposa. Eu já nem lembro mais dos seus argumentos contra a minha posição. Eu lembro sim, da energia! Eu lembro sim, que o conflito estava lá, por nada ou por quase coisa alguma, ou no mínimo: desnecessário!

E o que aprendemos com tudo isto?

Pois bem, você já ouviu falar do rei Salomão? Você já ouviu falar da sua reputação de ter sido um dos homens mais sábios da nossa civilização?

Ainda muito menino, eu aprendi um provérbio e nunca mais me esqueci. O tal provérbio foi escrito por Salomão que segundo a tradição judaico-cristã foi filho do conhecido rei Davi. Ele diz “A morte e a vida estão no poder da língua; o que bem a utiliza come do seu fruto”. Simples assim.

Eu te convido a ter uma ótima semana enquanto eu e você prestamos atenção, nos policiamos, tomamos cuidado, sejamos cautelosos e prudentes para nos segurar e não dizer precipitadamente tudo o que queremos, tudo o que sentimos e tampouco dizer tudo o que pensamos sem filtros, sem sermos inconsequentes, sem pensarmos nas pessoas que amamos e estão do nosso lado, e sobretudo, sem perceber as possíveis consequências das chamadas “brigas” desnecessárias.

Você topa fazer este exercício comigo a partir de hoje?

Até a próxima.

Annecy

 

**O conteúdo e informação publicado é responsabilidade exclusiva do colunista e não expressa necessariamente a opinião deste site.

 

Imagens: Arquivos pessoal do colunista

4 respostas

  1. Olá Fabinho!
    Sim….com você nós aprendemos cada dia,cada vez q vc escreve.
    Eu,aceito este desafio.
    Vamos vivendo e enfim somos sempre um

    Aprendizado.

    Bjs

  2. Olá Willians,
    Simples assim. Você usou a sabedoria singela, clara e profunda. Não poderia ser mais simples do que perguntar: “Brigar?”
    Um forte abraço. Obrigado por passar por aqui e deixar o teu comentário.
    Fábio

  3. Olá Rosa:-)
    Sempre aprendemos uns com os outros. Obrigado por passar por aqui e deixar o teu comentário.
    Este é um caminho que se faz, um dia após o outro, com muita humildade. Somos eternos aprendizes!
    Um beijo grande!
    Fábio

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