Um quebra-cabeça que demanda paciência

Bom dia meus queridos amigos,

Há quebra-cabeças que demandam apenas alguns minutos, e já estão montados. Há outros que demandam algumas horas, e outros quebra-cabeças demandam alguns dias. Há quebra-cabeças que demandam algumas semanas, e outros demandam até alguns meses.

A minha sogra é apaixonada por quebra-cabeças. Quando estou na sua casa ela tem todas as peças do seu projeto em cima da mesa para poder enxergar claramente. São dezenas de peças. Às vezes, são centenas de peças!

Isto posto, eu quero falar com vocês sobre um quebra-cabeça muito mais complexo e que demanda paciência. É um quebra-cabeça que não está claro quando olhamos na perspectiva imediata. É um quebra-cabeça impossível de solucioná-lo em poucas horas, ou poucos dias.

Você conhece alguém que não tem nenhuma paciência para ganhar confiança no trabalho para crescer na sua carreira profissional? Você conhece alguém que desiste de cursos no meio do processo por falta de disciplina? Você conhece alguém que não cultiva amizades e tudo acontece no ambiente Facebookiano?

Não há receitas mágicas para o quebra-cabeça da vida. Não há tampouco fórmulas.

Não há cartilhas para ensinar um pai para que seja pai. Não há tampouco instruções de alguns passos para explicar como um casal pode chegar até as chamadas bodas de ouro. No entanto, a paciência nos encoraja a perseverar. A paciência nos convida a escolher o caminho do perdão. A paciência constrói caminhos pavimentados de esperança. A paciência traz serenidade para aceitar processos.

Há processos que são longos, outros nem tanto na jornada da existência.

Há processos que somos capazes de entender que existe uma demanda de alguns anos para que o determinado curso termine e o individuo receba a graduação. No entanto, a maioria esmagadora dos processos da vida, demanda paciência. Aliás, muita paciência!

Paciência para educar filhos e perceber que eles já podem andar com as suas próprias pernas. Paciência para começar um projeto como o que eu e a Johnna temos desenvolvido, e tivemos que esperar quase 5 anos para ver que tudo está funcionando organicamente em Lyon, e nos dá tanta alegria e entusiasmo. Paciência para construir uma parceria em todos os níveis: seja no âmbito empresarial que se requer uma confiança gradativa, seja no âmbito das relações interpessoais que não se constrói do dia para a noite.

Isto posto, eu escrevo para vocês do aeroporto de Ibiza. Nestes dois últimos dias tive a alegria de reencontrar amigos que conheci há 20 anos em La Coruña.

Meus queridos amigos Rob, Nancy e Josué em Ibiza. Josué tinha apenas 4 anos quando eu e Rob nos conhecemos em La Coruña em 2005.

Ora, Roberto e Nancy não são apenas amigos. Nós fizemos projetos juntos na Espanha. Nós temos compartilhado as nossas experiências enquanto aprendemos com os nossos próprios equívocos nestas últimas duas décadas. Roberto foi quem me apresentou para a Johnna, minha esposa, em 2008. Roberto faz parte deste quebra-cabeça que quando olho para trás há centenas de peças e processos que se explicam. Eles se explicam não em poucos segundos ou dentro da ótica da horizontalidade da vida, mas dentro de uma perspectiva quase que quântica!

Vamos lá.

Meus queridíssimos amigos Sara e Juanjo. Um outro reencontro na ilha de Ibiza.

Eu tenho uma grande amiga que se chama Sara. Sara e eu nos conhecemos em Barcelona. Sara ajudou na festa do meu noivado com a Johnna em 2011 em Barcelona. E você me pergunta, o que a Sara tem a ver com este texto, comigo e com o Roberto?

Nada e tudo!

Há três meses eu postei uma foto no Facebook e escrevi sobre o Roberto. Imediatamente recebi um texto no WhatsApp da Sara.

– “Fábio, você conhece o Roberto?!!?” Ela me perguntou com muitos pontos de interrogações e exclamações.

– “Claro, Sara. Claro que conheço o Roberto.” Eu lhe respondi, mas não tinha a mínima idéia e o motivo pelo qual ela me fez tal pergunta.

– “É porque eu estou fazendo cursos com o Roberto nestes últimos anos e acabo de convidá-lo para organizar um seminário em Ibiza com alguns líderes e pessoas que querem aprender a perdoar, trabalhar com indivíduos de diferentes culturas, e religiões e sobretudo, aprender mais da sua própria experiência viajando pelo mundo inteiro”.

Ora, do outro lado eu fiquei chocado com tal quebra-cabeça, pois eu lhe disse que conhecia o Roberto há quase 20 anos!

Eu lhe expliquei a importância “desta peça” no curso da minha jornada profissional, pois hoje trabalho para a organização que ele trabalhara quando nos conhecemos em Coruña.

Uma alegria indizível ver amigos de épocas diferentes que acabaram se conhecendo recentemente, mas fazem parte da minha jornada, e deste quebra-cabeça existencial chamado vida.

O que isto tem a ver com comigo? Você me pergunta.

Tem a ver com o fato de saber que existe um pontinho de cada vez no chão da vida, nada mais do que isto.

A linda e charmosa ilha de Ibiza na Espanha

Um dia de cada vez, um encontro de cada vez, um passo de cada vez, que nos ajuda a montar um quebra-cabeça que demanda muita, mas muita paciência. Portanto, o convite que eu te faço é para que você olhe para trás e veja o que já está montado no teu quebra-cabeça. E por que? Para que você se anime a seguir, perseverar, e construir com integridade, persistir com inteligência, e regar cada diálogo, encontro humano, e cada um dos teus projetos com muito carinho, amor e paciência.

Tenha uma boa semana e até a próxima!

Fábio

Aeroporto de Ibiza

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Imagem 01 e 02: Pixabay

Imagens 03 a 06: Arquivo pessoal do colunista

4 respostas

  1. Alguém perguntou à Madre Tereza de Calcutá, qual era o segredo dela para ajudar tanta gente, ao que ela respondeu: “ajudo uma pessoa de cada vez”. Parece que isso ilustra sua coluna de hoje. Obrigado Fábio por nós lembrar desse importante aspecto da vida

    1. Armandão,
      Muito obrigado por trazer esta frase da Madre Tereza de Calcutá.
      Eu tenho mencionado sobre esta frase desde o momento que eu a li aqui no teu comentário.
      É um princípio muito simples, inquestionável e profundamente transformador.
      Um forte abraço.
      Fábio

  2. Alguém tb já me perguntou,como q consegui chegar aos meus 51anos de casamento r apenas 5 meses e 15dias de namoro.
    Bem…eu sempre respondo …..muitopaciência…muita fé….
    É, um quebra cabeça de milhões de peças..que ainda não terminei de completar.!!
    A vida é um quebra cabeça até o fim de nossas vidas.
    Até a próxima filho e até breve

    1. Mamãe,
      Que bom ler o teu comentário.

      São 51 anos de casamento. Eu posso imaginar os muitos “quebra-cabeças” que fizeram você e o papai chegarem até aqui juntos. Um beijo grande. Amo vocês!

      E até breve.
      Fábio

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