Quando a internet é usada para ferir

O sol estava escaldante e uma sorveteria parecia ser uma boa opção. Uma menininha entrou na loja segurando firme seu dinheiro. Antes que ela dissesse uma palavra, o dono com cara de poucos amigos salientou que ela saísse e lesse a placa na porta, e que ficasse por lá fora até calçar um sapato. Ela deixou o lugar cabisbaixa. Um homem percebeu a situação constrangedora e também se dirigiu para a calçada quando leu o conteúdo da placa:

”Não entre no estabelecimento descalço”.

As lágrimas começaram a rolar pela face da criança e nesse momento o homem a chamou. Eles sentaram na calçada, ele tirou seus sapatos tamanho 43, e os colocou em frente dela dizendo:

“Você não vai conseguir andar com eles, mas se os arrastar até lá dentro poderá pegar o seu sorvete”.

Ele levantou a menininha e a calçou. Era impossível não perceber o brilho nos olhos da pequenina à medida que ela arrastava os pés até o balcão para fazer seu pedido. Ela contou quanto tinha de dinheiro no bolso do vestido surrado e conseguiu comprar o sorvete que desejava.

Ao retornar para calçada, sentou na soleira da casa do vizinho e degustou o “gelato” como um verdadeiro manjar dos deuses.

Caro leitor, empatia é a capacidade de se identificar com outra pessoa e de sentir o que ela sente. É procurar experimentar de forma objetiva o que sente o outro a fim de tentar compreender sentimentos e emoções. A empatia leva as pessoas a ajudarem umas às outras. Está intimamente ligada ao altruísmo, ao amor e interesse pelo próximo. É a capacidade de ajudar quem está do nosso lado, sem querer nada em troca. Infelizmente os meios digitais deixaram as pessoas menos empáticas e mais críticas. Apontam o dedo como se estivessem armadas para ferir o emocional do próximo.

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Imagem: Canvas

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