Arthur Gimenes: Ainda é cedo para namorar?

“Já sei namorar
Já sei beijar de língua
Agora só me resta sonhar
Já sei onde ir
Já sei onde ficar
Agora só me falta sair”

Começo a coluna dessa semana diferente, com uma letra de Marisa Monte, ‘Já Sei Namorar’ que fez um baita sucesso nos anos 2000 com os ‘Tribalistas’ (Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown, e Marisa Monte)

Ultimamente eu ando percebendo ao meu redor, nas rodas de conversa com amigos da mesma faixa etária a minha, uma necessidade do namoro, de namorar alguém ou simplesmente ‘ficar’ com a pessoa, custe o que custar.

E o que eu vejo, é essa vontade inadiável de se relacionar, conhecer o novo, o desejo indescritível de experimentar o ‘fruto proibido’ e cair nessa tentação; parafraseando Rita Lee que também sentia essa vontade no auge de sua juventude, que em 1975 manifestou suas vontades quebrando muitos tabus em um dos clássicos da MPB com a banda Tutti Frutti.

E não é dúvida para ninguém, que falar sobre relacionamentos e sexo dentro de salas de aulas, no Brasil, sempre foi um tabu e infelizmente até hoje muita gente além de considerar tabu, considera tudo isso muito errado.

Mas se o jovem (nesse caso exercendo o papel de aluno) não tiver as informações dos devidos riscos, consequências e benefícios de uma experiencia amorosa ou sexual, ele acabará experimentando, até por conta de um ponto que irei dizer a seguir.

A pressão que a sociedade (colegas, amigos e até familiares) faz em questão, desde relacionamentos, como o tão tradicional: ‘E as namoradinhas?’, que sua tia pergunta até a questão íntima, sexual que seus amigos ficam especulando e pressionando de certa maneira.

E para falar um pouquinho sobre isso eu trouxe a minha mãe, que além de minha mãe, Valéria Cristina Gimenes Prado que é Profª Dra em Educação Escolar pela Unesp FCL/Ar, que com o foco de estudo principal no Mestrado e Doutorado, a sexualidade, que com isso, exerce devido a sua experiência o trabalho de Educadora Sexual.

Segundo a entrevistada “No século XX houve um grande retrocesso sobre o tratamento de assuntos que abordam a sexualidade, principalmente nos últimos anos. Os jovens sedentos de ‘informações’ acabam procurando em fontes duvidosas, sanar suas inquietações, uma vez que o assunto não é tratado nas escolas e em seus lares”.

Diz ainda que “Sendo assim temos um impasse: os jovens em pleno auge de seus hormônios, buscando satisfazer suas necessidades e desejos e por outro lado uma sociedade despreparada para orientar e preparar o ser humano, para que ele lide com mais tranquilidade e responsabilidade com assuntos sobre sexualidade.”

Ainda acrescenta que “Como e quando estamos preparados para nos relacionarmos com o outro? Esse é um questionamento recorrente, que necessita de uma grade carga de conhecimentos sobre o funcionamento de nosso corpo e as reponsabilidades que um relacionamento trás”

Assim como meus amigos, também tenho vontades, mas tenho sempre um pé atrás em relação a isso nesse momento e no momento priorizo minha carreira no jornalismo, mas mesmo assim creio que há de ter muita cautela e responsabilidade, principalmente porque em qualquer tipo de relação amorosa ou sexual, você estará se envolvendo com outra pessoa e seus sentimentos, podendo feri-los.

 

“Quem foi que disse que eu devo me cuidar?

Tem certas coisas que a gente não consegue controlar

Comer um fruto que é proibido,

Você não acha irresistível?

Nesse fruto está escondido o paraíso, o paraíso

Eu sei que o fruto é proibido,

mas eu caio em tentação

Acho que não!”

Fruto Proibido, Rita Lee, Tutti Frutti, Som Livre, 1975

E semana que vem estarei de volta, não esqueça de me seguir nas redes sociais, é @reporteragp

“Se não for masturbação usem camisinha”

-Renato Russo

Até mais!!

Arthur Gimenes

**O conteúdo e informação publicado é responsabilidade exclusiva do colunista e não expressa necessariamente a opinião deste site.

Imagem: Freepik

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