Kacau: Um alerta para as marcas: a mente do consumidor está sobrecarregada

Um bombardeio de informações chega até nós a cada segundo através dos mais diversos meios.

A mídia digital e a impressa não medem esforços nem desperdiçam um só segundo ou espaço para transmitirem todo o tipo de mensagem.

Teoricamente, para o marketing, fazer parte da rotina do público marcando presença em toda parte e de todas as formas possíveis é uma estratégia interessante para tornar a marca conhecida e facilmente lembrada, mas o fato é que as coisas estão mudando e é hora de rever esse processo.

De acordo com um estudo realizado pela (APA), Associação Americana de Psicologia, 32% da população adulta está tão estressada e sobrecarregada de informações, que sente dificuldade e dúvidas na hora de decidir por qual produto usar ou comprar, o que transforma uma decisão simples da rotina em um verdadeiro desgaste.

Além do que, a maioria não tem mais tempo para si, e esse tempo reduziu ainda mais após a pandemia, que trouxe e acumulou uma carga mental muito maior.

Essa realidade tem feito o público receber de forma diferente a abordagem massiva que até então parecia gerar efeito e resultados aos anunciantes.

Nem mesmo as notícias estão sendo recebidas da mesma forma. Todos querem saber o que está ocorrendo no mundo e ao seu redor., mas ao mesmo tempo estão exaustos mentalmente com tantos dados, informações e novidades para assimilar.

As pessoas estão com a mente sobrecarregada. A batalha dos anunciantes e das marcas em querer marcar a presença na mente do consumidor se tornou algo muito invasivo e muitas vezes inconveniente.

Temos por base o telemarketing, que mesmo após as últimas medidas da ANATEL lançadas em junho deste ano, continua sendo abusivo. SMSs e mensagens de WhatsApp continuam chegando todos os dias, oferecendo produtos e serviços, propagandas de todo o tipo pipocam por todos os sites com a ajuda de “mecanismos de busca” que nos espionam 24 horas por dia para saber que tipo de produto, serviço ou anúncio vão jogar na nossa frente.

Até mesmo no espaço físico, longe da televisão, das telas dos computadores e dos celulares, a poluição visual e agora também sonora, invadem nosso mundo disputando a atenção sem dar trégua.

Definitivamente o marketing precisa encontrar novas formas de relevar as marcas através meios menos invasivos.

Não há mais mais espaço na mente do consumidor. Algumas empresas já perceberam isso e estão se adaptando, voltando seus produtos e serviços para o bem estar e para a saúde mental, trabalhando a relevância da marca com menos pressão.

As transformações ocasionadas pela pandemia trouxeram uma estafa mental muito grande, mas junto dela uma conscientização coletiva de novos valores, fazendo com que cada um repensasse a forma como está vivendo, se relacionando com o próximo e principalmente consumindo.

Apesar da inteligência artificial ser um recurso usado pelas marcas assim como uma tendência estratégica, é preciso retomar a humanização, oferecer experiências mais humanas otimizando tempo e reduzindo a burocracia.

Para que as marcas se façam presentes e sejam bem-vindas, precisam realmente provar sua importância e usar estratégias que estreitem os laços com o público, abordando com soluções imediatas ao invés de ficarem disputando um espaço no território mental do consumidor.

Portanto, é preciso se adaptar às novas culturas e pensamentos, e isso significa ir além da oferta, mas sim, investir no bem estar, na saúde mental, e em soluções coletivas incluindo propósitos voltados às causas sociais.

Muitas marcas já estão trabalhando dessa forma e o segredo dessa estratégia é conquistar o público e garantir presença pela autenticidade, mostrando a vida e as pessoas como elas realmente são, com slogans e propósitos que realmente correspondam às atitudes e ações da marca.

O marketing precisa abraçar a ideia de que hoje, tornar uma marca presente sem invadir ou saturar, é ter um objetivo muito maior por trás do produto, para que assim esse produto se encaixe naturalmente na vida das pessoas como parte importante da rotina e do propósito de cada um, sem causar estresse, confusão mental, pressão e acima de tudo respeitando o espaço.

As marcas podem e devem marcar presença, mas há uma linha tênue entre abordar e invadir, ser sútil e abusivo. Encontrar essa linha respeitando o limite físico e principalmente mental é um desafio, porém, se superado, fará com que a marca se faça presente por opção do próprio consumidor, sem muitos esforços, e isso é o que fideliza uma marca.

Por Kacau

Foto de capa: Pixabay

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